Na semana passada (19) tive a honra de fazer a palestra de abertura de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Fomento Internacional (IBFI), focado em estratégias de evolução da participação de nossa cidade e região na corrente de comercio exterior.

Imagem ilustrativa da imagem A importância da maior participação de Londrina no comércio internacional
| Foto: Anderson Coelho/Istock

Também como palestrantes estiveram o CEO do Instituto Brasileiro de Gestão e Liderança (IBGL), Fabiano Zanzin, abordando as tendências do varejo mundial, o Dr. Lucas Pünder da Pünder & Vieira Csiszer Advogados, discorrendo sobre Compliance nas Relações Comerciais e Karina Schnaid, Diretora de Comércio Internacional da ACIL, abordando acerca de nosso Ecossistema de Comércio Exterior.

Apresentações desta natureza são importantes no sentido de mostrar a relevância da participação das nossas empresas em mercados internacionais e as oportunidades que se apresentam.

O que o Brasil exporta...

Nas operações de exportações brasileiras, há uma participação predominante de produtos básicos como minérios (16%), petróleo e óleos brutos (13%) e grãos e carnes (27%), o que permite classificar o Brasil como exportador de commodities.

... e o que Londrina exporta...

Somos o espelho das exportações nacionais. Nossa cidade contabilizou em 2021, 122 empresas que fizeram alguma exportação, de um total de 81.921 empresas cadastradas (0,15%), onde os produtos agrícolas (café, soja, milho e cana) e seus derivados responderam por 81% do total comercializado para o mercado internacional.

... e o que traz de fora

Mas corrente de comércio contempla exportações e importações. No ano passado, químicos utilizados na produção de defensivos agrícolas e fertilizantes responderam por 70% do que importamos, seguido de máquinas e equipamentos (6%), aglutinantes e polímeros (5%).

Saldo negativo na balança comercial ...

O resultado entre importações e exportações deixou um saldo negativo de US$ 392 milhões, com as importações sendo mais que o dobro das exportações. Tal déficit não é motivo de preocupação, mas o que é negociado com o resto do mundo sim, tem importância.

É importante sim ...

Embora a exportação de commodities desempenhe relevante papel para o país, o fato é que uma fatia significativa dos retornos é capturada por grandes corporações multinacionais que detêm a tecnologia de sementes como Monsanto, DuPont ou Syngenta que juntas representam 53% do mercado mundial de sementes.

..., mas a riqueza vai para outro

Estas empresas cumprem sim, uma função absolutamente relevante na produção agrícola, mas seus lucros beneficiam os detentores da tecnologia de produção das sementes e não exatamente o produtor.

Mudar nossa pauta exportadora...

Neste sentido, Karina Schnaid da ACIL, mostrou que temos inúmeras empresas diferenciadas e que poderiam colocar seus produtos em outros países, precisando somente acreditar em seu potencial e contar com alguma ajuda para ingressarem nestes mercados.

..., entender as regras do jogo ...

Com muita propriedade, o advogado Lucas Pünder mostrou a necessidade de as empresas estruturar seu compliance, termo em inglês que significa estabelecer normas e procedimentos internos que garantam parcerias éticas e respeito às normas dos países com quem a organização estabelece relações comerciais.

... e focar nos mercados relevantes

Fabiano Zanzin da IBGL foi preciso em sua apresentação quando apontou a necessidade de as empresas mirarem nos países com potencial de compra para nossos produtos e destacou a relevância que os EUA têm como demandantes para nossos produtos.

Pense nisso.

Definir como estratégia da empresa o ingresso no mercado externo fará uma enorme diferença na economia londrinense.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.

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