UEL, meu eterno amor

Amanhã, 07 de outubro, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) completa 50 anos de existência. Dinâmica e atenta aos sinais de seu tempo, a UEL é imprescindível para Londrina e toda a região. Não é exagero nenhum afirmar que sem a UEL boa parte do Norte do Paraná desapareceria do mapa. Sua importância pode ser verificada pela quantidade de listas, nacionais e internacionais, em que aparece como uma das mais destacadas instituições de ensino superior do Brasil.

A UEL e minha vida se confundem. Tudo que aprendi de efetivamente relevante ocorreu lá, com professores e colegas interessados em fazer mais do que estabelecer uma relação de ensino e aprendizagem – o objetivo sempre foi e continua sendo pactuar com a vida, com a esperança de um mundo melhor.

Tenho mais tempo de vida dentro do que fora da UEL. Mesmo nos anos em que passei longe, a UEL figurava em mim. Cada lição de vida e de Ciências Sociais que lá aprendi moldaram minha maneira de pensar, meu modo de ver e estar no mundo. É absolutamente razoável dizer que a UEL não sai da gente, fica ali, insistindo em aconselhar, rememorar, reaprender tudo mais uma vez.

O campus de nossa universidade é um capítulo à parte na geografia da cidade. Verde e majestoso, impõe-se em beleza e acolhimento. Adoro caminhar pelo seu calçadão, ouvir os pássaros, deixar que o tempo se apodere de mim e me faça imaginar novos mundos. Toda vez que entro em sala de aula (no passado como aluno, hoje como professor), sinto que algo realmente inédito está brilhando. Nas aulas, costumo trocar ideias sobre muitas coisas, fazendo tudo convergir para o tema específico do encontro. Se há um lugar neste mundo em que vida e aprendizagem se encontram, esse lugar é a UEL.

A UEL e eu somos contemporâneos. Nascemos quase ao mesmo tempo. Nasci longe de Londrina e só pisei o campus da universidade aos dezoito anos de idade. De lá para cá, sinto que somos uma coisa só. Defendê-la e enaltecê-la passou a ser fato cotidiano. Não importa onde esteja ou com quem dialogue, faço questão de dizer: “Sou do Paraná, mais especificamente da Universidade Estadual de Londrina.”

É a excelência no tripé ensino, pesquisa e extensão que torna a UEL tão vital à comunidade. São inúmeros contatos com o mundo para além de suas fronteiras. A UEL está na saúde, na educação, nas práticas sociais, na linguagem, no visual, na história de Londrina. Difícil encontrar um cidadão que, direta ou indiretamente, não tenha tido contato com a UEL.

Ao longo da semana, me divido entre meus projetos e afazeres no campus. A sensação que tenho todos os dias é a de que estou no coração da cidade. Nestes tempos de crises e incertezas – além de um bom bocado de tristeza e desesperança –, a UEL se agiganta e se faz ainda mais presente na vida das pessoas.

A UEL requer mais respeito e admiração, principalmente da parte das elites dirigentes do Paraná. No futuro, quando estiverem investigando o que fomos, a UEL será a prova de que o ser humano vale a pena, apesar de e graças a tudo.

...

Os artigos publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina.