Desde o seu início a Lava Jato tinha críticos nos vários poderes (Gilmar Mendes advertia que o caso das prisões fundadas em delações premiadas teriam um encontro com o STF) e aos poucos as reações foram ganhando força e evidência e encontraram seu ponto alto na decodificação do Intercept Brasil. No curso da sua atuação não havia reação aberta a não ser a dos advogados criminalistas insistindo na presunção de inocência, como se ela fosse admissível num encontro entre o presidente Lula ou um dos seus ministros com executivos da Odebrecht. Com o valor exacerbado atribuído aos contatos entre procuradores e o juiz como indicativo de quebra de fundamentos processuais a reação foi crescendo e que era do interesse da classe política, praticamente posta no polo passivo das investigações. Já tivemos várias amostras de conflito tanto no Judiciário como no Ministério Público até assumir características de guerra declarada pelo atual procurador-geral da República, Augusto Aras. Obviamente, interessa ao governo Bolsonaro colocar mal o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, principalmente depois da sua denúncia que redundou na divulgação aberta da reunião ministerial e que pretende apurar se houve ou não intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal. Atacada a Lava Jato, replicou e mostrou que com ela se identificam estratos da sociedade brasileira e que desejam a ampla continuidade de suas ações. Em destaque a atuação da bancada paranaense do Senado na defesa da força-tarefa. Alvaro Dias e Oriovisto Guimarães pediram audiência a Aras para lembrar dos compromissos que assumiu na sabatina na Câmara Alta.

Debate

Nesta sexta-feira o primeiro debate entre candidatos a reitor da Federal. É a melhor forma de responder ao anúncio do novo ministro de Educação, que pretende rever o ritual das escolhas feitas por listas tríplices.

Clima

A crise hídrica no Paraná que levou ao racionamento da água está a pedir avaliação científica do caso. A anomalia daqui chegou perto da de São Paulo de anos passados. Nossas barragens estão abaixo de um terço de sua capacidade. Em esgotamento sanitário o Paraná aparece como o segundo estado do Brasil, o que não impediu que o Ibama flagrasse a Sanepar jogando esgotos crus na bacia hidrográfica do Iguaçu.

Classes e vírus

Inquérito sorológico em São Paulo revelou que 11,1% da população contraiu o vírus e que ela é maior na população preta e parda (14,1%) e naqueles cuja renda mensal é mais baixa e que integram a classe E (17,7% frente a 4,6% da classe A) e com baixa escolaridade (36.7%). Incidência do vírus na classe E é quatro vezes a da classe A. Mais literatura igualitári,a que afinal conscientiza mas não resolve.

Vacina

O legislativo estadual decidiu transferir ao Executivo R$ 100 milhões para aquisição de vacinas. Uma providência sensata.

Folclore

Fiz várias colunas criticando o prefeito de Curitiba Jaime Lerner. Num determinado dia elogiei uma de suas medidas de intervenção urbanística. Assessores da área de comunicação mostraram ao burgo mestre o artigo e ele replicou que queria o direito de resposta.