Vitórias do governo

Tanto a sabatina no Senado como a votação tranquila pela recondução de Aras à PGR constituem vitórias do governo em que pese seus impulsos autoritários. E elas se dão em meio a um permanente jogo de braços, inclusive com a retenção da indicação do novo ministro do STF. É de tal forma tranquila a situação de Bolsonaro nessas cenas de aparências que o presidente se dá ao desfrute de minimizar seu encontro com governadores e falando, inclusive, em tirar férias. Mesmo a soma de comprometimentos na CPI da Covid não parece ter o grau de desgaste imaginado pelos oposicionistas.

Com a trava no caso do impeachment de Alexandre de Moraes, quem perde com isso é a oposição, apesar do razoável apoio que o ministro tem pela causa na qual não se enxerga qualquer fundamento jurídico. O impeachment de Bolsonaro, que aparenta ser mais possível, é menos impactante do que o do ministro do STF. Daí a constante provocação do presidente a requentar manobras já derrotadas como a do voto impresso.

Emulação

Há visível emulação entre o governo federal e o estadual de São Paulo com João Doria saindo à frente em várias questões e agora na da terceira dose marcada para 6 de novembro, uma semana antes da providência federal. É uma das linhas do marketing, embora a postulação presidencial seja esmagada pela polarização, pelo menos até aqui, Lula-Bolsonaro.

Não prospera

O caso das "rachadinhas" está com tramitação cada vez mais acidentada e tanto que agora o STJ suspendeu o andamento do processo contra Queiroz e Flavio Bolsonaro.

Indiferença

O ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem se espera um milagre, tem se valido apenas de frases enfáticas como a proferida sobre o alarme da inflação, de que está no esperado do jogo. Em agosto a inflação marcou 0,89% em sua pulsão ascendente e não se pode negar o cenário de Bolsa instável com política, questão fiscal e Covid. Só na semana passada investidor pessoa física retirou R$ 1,2 bilhão e quando o Ibovespa acumulou queda de 2,59%.

Lambda

A dominante no país é a delta, de quem se dizem horrores, mas a que mais avança na América do Sul é a lambda, identificada no Peru e presente em pesquisas brasileiras. Diversa das cepas alfa, beta, gama e delta, sua incidência é significativa e o fato de não ter circulação comunitária reduz em parte a preocupação. Entre segunda e terça tivemos 885 mortes e 31.722 infecções em 24 horas. O aconselhamento para não baixar a guarda persiste, ainda mais quando se apurou que o uso das máscaras reduziu em São Paulo em 99% os casos de sarampo.

Geadas

O Banco do Brasil liberou R$ 2 bilhões para atender os efeitos da geada na agricultura. O impacto não foi pequeno e a consequência está visível na alta dos preços tocada pela inflação e que atinge os preços administrados, como o dos combustíveis e da energia. Por sinal que o governo federal deu ordens para economizar energia em todos os seus órgãos. Amapá vive novo apagão, com treze dos seus 16 municípios na escuridão.

Ônibus elétrico

Cogita-se da adoção do ônibus elétrico em Curitiba. Décadas passadas houve tentativa nesse sentido que não suportou debates técnicos durante a gestão de Maurício Fruet. Agora parece existir o suporte do governo alemão.

Folclore

Apesar de ter R$ 220 milhões em seu orçamento para internet em escola pública o Ministério de Educação não o gasta. Trata-se de mais um setor que acentua desigualdades. Dificuldade de conexão aparece com um dos principais entraves para o ensino híbrido na pandemia.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da FOLHA

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