A vinculação da pandemia com o transporte público é uma das evidências que se colhem no cotidiano e com a maior naturalidade pela alta concentração de pessoas e consequente circulação do vírus. Em São Paulo, o cruzamento de dados dos 96 distritos na sondagem de Origem e Destino do Metrô constatou que as áreas recordistas em morte pela Covid-19 na capital paulista usam mais transporte público. No Paraná já se constatou, especialmente em áreas metropolitanas, tendência igual, e isso é tão notório que, ainda ontem em Curitiba, o Exército fazia a sanitização dos ônibus.

Aos poucos, até pela ansiedade provocada, fica difícil descobrir a causa da insistência da maioria das pessoas em recusar-se ao distanciamento, e, ao contrário, preferir o calor do convívio com todos os riscos que isso represente. É surpreendente por exemplo que só ontem na França tenham imposto o uso das máscaras nas ruas. Essa diferença de gradualidade é que espanta e nos mapas da Globo, depois de o Paraná aparecer com as cores da estabilidade, por dois dias, voltamos quase à mesma condição de catarinenses e gaúchos no tom vermelho, e a capital aparecia nos registros como ponto de aceleração.

Cicloativismo

Uma das características da modernidade, como ajuste do transporte ao meio ambiente, é a força do cicloativismo. Aqui na capital, quando Gustavo Fruet venceu a eleição para prefeito, ele fez questão de assumir pedalando. Hoje os espaços para o ciclismo vão além dos limites das ciclovias. Retirada ou alteração de status é respondida com veemência como se deu em Londrina contra a retirada de ciclovia na zona sul, na Avenida Ayrton Senna, por parte do público interessado e engajado em ganhar e não perder espaços. O projeto do município é o de implantar uma terceira faixa de rolamento e vagas de estacionamento. Os que protestam cobram como sempre incentivo pelo uso da "magrela" no lazer e transporte. É uma etapa da luta pela mobilidade na qual o automóvel tem as preferências que no mundo mais moderno se concede a bicicletas, patinetes, patins e congêneres.

Ratinho e Bolsonaro

Há simetria forte entre Ratinho Junior e Jair Bolsonaro, e até mesmo na atitude que adotarão nas eleições municipais: pelo jeito evitam comprometimentos no primeiro turno e deixam para alinhar-se no segundo. É que aliados estão na disputa e talvez o maior número deles na capital, e o governador não se sente confortável por exemplo com afinizados como Rafael Greca e Ney Leprevost, este até dias atrás da sua equipe secretarial, e num tom menor com outros como Francischini, fenômeno eleitoral, radical bolsonarista.

Jogo de braço

O antagonismo entre o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, e o ministro Alexandre de Moraes no âmbito das fake news se intensificará nos recursos de Facebook e Twitter na Suprema Corte. O espírito de corpo é forte pró-Moraes, uma vez que as ameaças até de estupro visavam nas redes sociais filhas de ministros. Isso não é um surto, mas um susto.

Folclore

Classificações de petistas: o petelho, o petecostal e o petecântropo erecto, esse em minoria, quase extinto.