Para evitar reprise como a da "Quadro Negro", o governo estadual cogita de um monitoramento por vídeo das obras públicas. Num país que tem mais de 20 mil obras paralisadas percebe-se que se trata de ociosidade. Se a estrutura burocrática de controladorias, corregedorias e órgãos como o Tribunal de Contas mal funciona não se deve esperar muito dessa inovação.

O pior ainda é que na licitação da novidade pode haver chuncho, como se diz ocorrer com o caso do controle do atendimento da frota pública que rendeu CPI. Em alguns casos a obra nem sai, embora dê margem a desvio como no evento paradigmático do Anexo do Tribunal de Contas.

Ranking sinistroso

De repente Londrina começa a aparecer com destaque em rankings negativos como o da dengue com seus 1.663 casos. A cidade tem o hábito de ficar de olho em estatísticas para acompanhar seu desenvolvimento e está agora diante de um quadro, que sob o ponto de vista profilático, é chocante. Lembro do pasmo que acompanhou a constatação de que Londrina perdera a condição demográfica de terceira cidade do sul ao perder o espaço para Joinville, a maior potência econômica de Santa Catarina. Às vezes é recompensada, como quando apareceu como terceiro PIB paranaense, atrás apenas de Curitiba e São José dos Pinhais. Será um feito normal, mas celebrável, vencer o desafio do momento até porque não há outra alternativa.

A anti-lei

A Lei de Segurança Nacional, mesmo depois da Constituição de 1988, tem sido aplicada, como se deu agora no enquadramento de Lula pelo ministro Sergio Moro em ofensas a Bolsonaro. Antes de qualquer avaliação é pertinente saber se a Carta recepciona esse apetrecho que precede o regime militar e substancialmente conflita com o novo ordenamento jurídico. Generalidades da anti-lei, como as tensões de traço psicossocial indutoras à subversão, aceitáveis num clima mundial de Guerra Fria, são incompatíveis à normalidade atual, embora os seguidos espasmos totalitários que partem do governo central se prestem à contenção.

Bate boca

Diariamente, o sistema é submetido a testes, um deles anteontem na troca de amabilidades entre o ministro Augusto Heleno, Segurança Institucional, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre o orçamento, na qual o militar chamou parlamentares de chantagistas com o ordenamento impositivo. No bate papo um questionamento se estamos ou não em regime presidencialista e que tentativas de parlamentarismo devem primeiro virar lei. Faz parte da nossa rotina esse tipo de enfrentamento, pior foi o caso do senador Cid Gomes, que investiu em Sobral contra um quartel tomado por policiais militares e acabou levando dois tiros.

Argumentos

A oposição quer surfar na greve petroleira com a pauta antiprivatização, mas o governo agora tem um baita fator no lucro recorde da Petrobras de R$ 40 bilhões obtido em parte com venda de seus ativos. A Petrobras foi saqueada pela base partidária do lulopetismo, como se viu na Lava Jato. Por sinal que neste momento a onda contra seus inegáveis feitos está na ação contra os autores daquele outdoor que exaltava sua equipe de procuradores, o que seria impróprio na época do ciclo punitivo e a população em massa o rejeitaria.