Prefeitos em teste
Agora é para valer o teste nos prefeitos de Curitiba e Londrina na questão do transporte coletivo e posicionamento do sindicato obreiro, na Capital mobilizado contra avanço tecnológico da bilhetagem eletrônica com o descarte dos cobradores e no Norte com motoristas em assembleia face ao aviso da TCGL não aceitando as bases tarifárias da nova licitação. Urge, aliás, que o Ministério Público fique em cima desse certamente para que não ocorra o havido em Curitiba apontado como irregular na operação "Riquixá" e investigado pela metade até agora. Ao que se saiba, sem sanção.
Ameaça mais imediata é a de Londrina, razão pela qual o sindicato se reúne nesta sexta-feira (7) também como seus colegas de Curitiba preocupado com a manutenção do emprego. Tanto Marcelo Belinati como Rafael Greca, os prefeitos, tentam mostrar firmeza, o primeiro não dando a menor bola para a ameaça patronal e mostrando-se confiante na licitação e o segundo a prometer que a dispensa de cobradores será gradual e com readaptação deles às novas funções, conversa para bovino dormitar.
Esse tipo de relação - poder concedente-permissionário - é pactual e a aparência que dá é a de um acomodação permanente entre o oligopólio e seus empregados e que as greves têm mais jeito de locaute, conforme acentuou, mais de uma vez, o Ministério Público do Trabalho. Dessa forma seria vista uma precipitação grevista em Londrina sem que tenham as partes em conflito exposto claramente as suas razões.
Em Curitiba o choque tem data: fevereiro de 2019, quando do contrato coletivo dos trabalhadores, e isso em meio à ameaça de novas manifestações em dezembro-janeiro no trâmite da lei da mudança tecnológica que baixaria custos da planilha com o sacrifício dos seis mil empregos dos cobradores. No jogo das aparências quando a oposição se posta contra a bilhetagem eletrônica tira também o direito de opor-se ao reajuste das tarifas, causa que rendeu em 2013 as maiores manifestações populares que poderia, se exacerbadas, repetir o drama recente vivido na França.

Tamanho da pobreza
Entre 2016, quando a recessão fechou o ciclo, e 2017 a extrema pobreza (renda diária de US$ 1,90) aqui, no Paraná,segundo o IBGE, saltou de 257 mil a 350 mil, um incremento de 97 mil. O impacto no Paraná desse bolsão de misérias foi de 36,1% bem superior ao registrado no Sul (22%) e no Brasil (13,3%). Enquanto isso justamente nesse tempo éramos bombardeados pelo marketing sacana de Beto Richa que declarava, como todos se recordam, o Paraná como um oásis metendo a mão, como se propina fosse, nos indicadores macroeconômicos tal como se traduzissem uma obra sua, do seu governo

Temerário
A polícia paranaense leva ao extremo o conceito de que o monopólio não só das armas como dos atos repressivos é dela. Um cidadão da Vila Hauer, Silvano Weber, foi assaltado duas vezes, por dois jovens que lhe roubaram uma bicicleta. Resolveu persegui-los e ao encontrá-los aplicou-lhes homérica surra. Aí aparece a polícia solta os dois rapazes, sob alegação de que não havia antecedentes e prende o agressor justiceiro. Mais tarde capturaram um dos rapazes e o outro se mandou. Anteontem tivemos o caso do surdo mudo que assaltava, usando um bilhete bem escrito com a advertência "Isso é um assalto". Só foi apanhado numa loja de conveniência de posto de gasolina, e isso depois de vários assaltos.
No primeiro caso a vítima de um assalto acaba presa por ter surrado os ladrões e no segundo uma cena chapliniana com um carga de tristeza e espanto. A justiça interveio e mandou soltar o Silvano Weber que deverá, por seu ato temerário, se submeter a ajustes de conduta.

Cesta básica
Segundo o Dieese a nossa cesta básica é a sétima mais elevada do País e teria crescido 2,46%.
Fora dela certamente aqueles 350 mil paranaenses que vivem com menos de 2 dólares por dia.

Denúncia
Se a denúncia contra Onyx Lorenzoni, futuro Chefe da Casa Civil, for robusta, segundo Jair Bolsonaro, haverá demissão. O que se dará, explica, com "quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic".

MDB em atrofia
Pelo menos o MDB ainda respira, tanto que marcou eleições para o diretório estadual dia 15 de dezembro. João Arruda, sobrinho de Requião, que disputou o governo, aparece entre os candidatos como também o deputado federal Sérgio Souza. Melancolia à solta.

Folclore
Apesar da péssima reação em torno do auxílio moradia do Judiciário (que aliás não é o único) órgãos públicos como a Assembleía Legislativa, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública estão reivindicando "auxílio-saúde". Isso é que nem sarna: "coçar é só começar".