Como não superou ainda a perplexidade, a oposição está apostando numa agenda contra as privatizações e isso se dá no Paraná em Araucária contra o fechamento da fábrica de fertilizantes que representará pouco menos de mil empregos (396 próprios e 600 terceirizados). Petroleiros estão em greve há 17 dias, a despeito das decisões judiciais que a enquadraram como ilegal, e há 21 mil trabalhadores parados. Petroleiros quase mataram o Plano Real de FHC, que reagiu com extrema força ao aplicar sanções financeiras que iriam quebrar a espinha da Federação sindical. E tais sanções já foram aplicadas sem que os grevistas voltassem ao trabalho. Daí a aposta, mal inspirada, da oposição nunca dantes tão atarantada.

Setores antieconômicos como a Usina do Xisto em São Mateus do Sul estão listados e pelo jeito as áreas atingidas terão alguma reação.

Governadores de novo

Um dos episódios marcantes da vida brasileira foi o da política dos governadores, um empenho visando melhor definição federativa. Contra Bolsonaro vários deles reagiram no caso das referências à taxação dos combustíveis. Agora se mobilizaram contra a declaração presidencial sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. 20 governadores se solidarizaram ao governante Rui Costa, da Bahia. O do Paraná, Ratinho Junior, não a assinou, posto que o tenha feito, no caso dos combustíveis. O calor político desse caso é maior. Ratinho se obriga a analisar bem os casos de prejuízos ao Paraná na questão da Petrobras.

Terror em ensaio

A decisão de utilizar no porto de Santos o transporte ferroviário gerou insatisfação por parte dos caminhoneiros face à perda de espaços e desemprego. Voltou-se a falar em greve dos caminhoneiros, embora os serviços de inteligência das polícias rodoviária e federal nada tenham captado. A atmosfera está apropriada para isso, tanto que a Polícia Federal afirmou que ministros do STF podem ser alvo de um ataque terrorista, sendo que Dias Toffoli, presidente, recomendou a seus colegas que reforçassem a sua segurança pessoal.

Tudo isso tem uma origem na investigação das fake news, em março do ano passado, quando Toffoli e Alexandre de Moraes tocaram o inquérito sem audiência do Ministério Púbico. A antiga ocupante do cargo, Raquel Dodge, arquivou o inquérito, e o atual, Augusto Aras, não vê nulidade alguma e acha que está tudo certo. E além do mais determinou a revisão de investigações sobre Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, em delações da Odebrecht paradas há 6 meses. O calor político nada tem a ver com o aquecimento global. Inclua-se aí o agito das redes sociais, engajadíssimas, e teremos um clima de exasperação psicossocial.

Agora vai?

Depois das discussões que se arrastaram por um ano, o Plano Diretor de Londrina é aprovado pela Comissão de Justiça da Câmara Municipal. É o molde para o planejamento territorial (normas de ocupação do solo e zoneamento) em torno do qual a chamada sociedade organizada se obriga a envolver-se. Descarte do lixo, tema agora motivado pelo surto da dengue, faz parte desse processo. A maioria dos lixões no Brasil, ironicamente, ocupa áreas de preservação ambiental pelo fato de aparentar ociosidade.