A expectativa de a inflação chegar a 7%, admitida pelo Banco Central, vai ter consequências na situação do funcionalismo, como o do Paraná, há vários anos com salários congelados. Ocorre que o aperto se dará inevitável e consequentemente virá o agito sindical. Para abrandar tal situação, como havia feito Beto Richa, Ratinho Junior anunciou o pagamento de promoções e progressões, a derradeira delas alusiva a 9.860 servidores da área de segurança. Como o governo não dispõe de fundos para concursos, recorre ao expediente de pagar a quem tem o direito à aposentadoria o abono de permanência. E é dessa forma que se contorna, embora não se saiba até quando, o desconforto dos assalariados, que perderam até o reajuste mínimo por impossibilidade de o governo pagá-lo. Se tivermos uma inflação galopante, inevitável a tensão já evidenciada nas manifestações da APP-Sindicato quanto à data base.

O front

Anunciado que o Brasil já vacinou 50 milhões e que o Paraná atingiu a meta de atender 80% da população adulta, duas semanas antes do esperado, São Paulo, sempre à frente, suspendeu limites e espaços a partir de ontem, ainda que aconselhando a manter a máscara até o fim do ano e evitando aglomerações. Cresce a preocupação com a variante delta, que não é predominante, e com notícias como a da liberação por São Paulo com a F1 e retorno da torcida aos estádios, toda essa flexibilização tem ônus já conhecidos, como a incidência de casos e mortes. É visível que o quadro melhorou, mas ainda preocupa; cresce em Curitiba a busca de UTI e a taxa de ocupação chega a 77%. No país tivemos, entre domingo e segunda, 363 óbitos e 17.493 infecções, o Paraná com 51 mortes e 1.593 casos, Curitiba com 19 mortes e 673 casos, com um ativo superior a 7 mil. Enquanto isso são divulgados estudos como o que indicou que criança até 3 anos tem mais chance do que adolescentes de transmitir a doença. Preocupação grande com o fato de as pessoas, de um modo geral, não levarem a sério o uso de máscaras, o que se constata no dia a dia nas ruas e em todo o país.

Embalo

A manifestação no PSDB em favor de Beto Richa ganha um outro fator para animá-lo: o ministro Gilmar Mendes, do STF, mandou para a justiça eleitoral o processo a que responde no Paraná.

Com Bolsonaro

Vários governadores, como o de Goiás, não assinaram o manifesto de apoio ao STF pelos ataques do presidente a seus magistrados. Um dos que sempre mantiveram posição solidária ao presidente, à exceção do caso da autonomia estadual, foi Ratinho Junior, também não subscrevendo o documento.

Pela concórdia

Nos últimos dias os presidentes da Câmara Federal e do Senado têm se empenhado em buscar a conciliação entre poderes e parecem contar com o apoio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que se declara um amortecedor. Há ministros no empenho de conter a investida do presidente contra os magistrados do STF por entendê-la como inútil. Também atua nesse sentido o vice-presidente, Hamilton Mourão, que manteve encontro com o presidente do TSE, Barroso.

Lucros do FGTS

Governo pretende distribuir 96% dos lucros do FGTS aos trabalhadores neste exercício: isso representaria R$ 8,12 bi, bem mais do que o do ano passado, que ficou em 66,3% e configurado em R$ 7,9 bi. Quem decide o repasse é o Conselho Curador do Fundo.

Folclore

Por 6 votos a 4, o STF decidiu arquivar queixa-crime da ex-mulher (Jullyene Lins) contra o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, por injúria e difamação. Prevaleceu o voto do ministro Alexandre de Moraes, que tem liderado a resistência à ofensiva de Bolsonaro e o acompanharam os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luis Fux, Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli.

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