Secretários de saúde estão firmes no ponto de vista de que o toque de recolher seja nacional. Um dos governadores afirmou que se tudo continuar assim como está, sem sincronia, com um mínimo de coordenação, estaremos apenas enxugando gelo. Por mais assustadora, a dimensão da pandemia parece não ter força para conscientizar. 11 capitais, mais o Distrito Federal, estão sob colapso com mais de 90% de UTIs e enfermarias comprometidas. No Paraná, a ocupação é de 98%, Brasil com 10,5 milhões de casos e 254 mil mortos, no território estadual houve 34 óbitos em 24 horas, em Curitiba havia 127 doentes esperando vagas e em Cascavel apelou-se para o uso de equipamentos de um zoológico para atender pacientes.

Festas, bailes enrustidos ocorrem de norte a sul do país e poucos deles flagrados como um de cem pessoas na zona rural de Guarapuava. Multas apuradas na capital chegam a R$ 3,5 milhões. Mesmo apelos dramáticos, como muitos na tv e nas redes sociais, parecem inúteis. Se a saída é rezar está certo João Doria em ver nos templos atividade essencial.

Paredão institucional

O centrão vale-se do seu bom momento para afrouxar regras eleitorais e sobretudo a intervenção da justiça eleitoral, defende a sobrevivência dos pequenos partidos e aposta até mesmo na "utopia" do distritão. É também empenhada na questão da reinterpretação da imunidade parlamentar, que foi brecada, em derrota de Arthur Lira. É o paredão institucional: o STF age como fator suasório dos arreganhos autoritários, o parlamento reage contra o Judiciário e tenta contê-lo. Não fosse a gravidade das provocações do deputado federal Daniel Silveira, que extrapolaram qualquer cautela, o espírito de corpo já teria funcionado na defesa do seu mandato.

Diagnóstico

A Selic de 2021 permanece em 4,00% ao ano, segundo o Focus, consolidando a medida de inflação que acoplada à questão cambial, a alta do dólar, agrava o quadro. No meio dessa diagnose fala-se no impacto (limitado, é verdade) do auxílio emergencial, que é cozido na panela de pressão nos R$ 250 em quatro meses mediante compensações orçamentárias.

No tumulto das previsões uma boa, em Curitiba, na apuração de que as transações com imóveis usados cresceu 48,3% no Paraná.

Protagonismo

É evidente o esforço de Arthur Lira como presidente da Câmara ficar num protagonismo como o do seu antecessor Rodrigo Maia, posto que mais independente, menos engajado. Lira quer ir além da questão da imunidade parlamentar, em parte fracassada, e atender outros apetites como os de natureza eleitoral na legislação pertinente. Maior ambição é a de pilotar com máximo empenho a pauta das reformas. Curioso é o papel que o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, tem exercido, mais crítico, insurgindo-se contra as desonerações de tributos de importação.

Folclore

STF (ministra Rosa Weber) manda pasta da Saúde bancar leitos de UTIs na Bahia, Maranhão e São Paulo a pacientes de Covid. Matéria ainda vai ser apreciada pelo pleno e em relação a direitos iguais de outros estados.