Se não chegar a remessa de vacinas, haverá problemas em Curitiba já na sexta-feira. No Rio, a prefeitura suspende a imunização por falta de doses. A capital aprova a volta às aulas e em Londrina as presenciais estão suspensas até 28 de fevereiro, correndo o risco as infratoras de multas de até R$ 120 mil. Mato Grosso com suas principais cidades observa a suspensão das imunizações. Governadores e parlamentares reclamam por mais vacinas e enquanto isso a pandemia cresce: o Brasil com 9,86 milhões de infecções e 240 mil mortos, Paraná com 585 mil casos e 10.688 óbitos, Curitiba com 609 casos em dois dias e 19 óbitos. Aumentam suspeitas de vacinação "de vento" em várias unidades federativas e com processo em andamento. Manaus tem o quíntuplo da média de mortes das capitais no ano. São Paulo registra 25 doentes com a variante de Manaus, com o detalhe de que 16 são autóctones. Cenário desigual como sempre, e o pior, os abusos carnavalescos em várias cidades, revelando-se impotente a autoridade para puni-los. Aumenta o cerco ao ministro Eduardo Pazuello com o STF pedindo dados de gastos com a cloroquina na crise amazônica. Por sinal que Bolsonaro agora está apostando em spray sem eficácia comprovada. Parece que estamos no prólogo do epílogo.

Discurso tardio

O anátema do ministro Edson Facchin contra o tuíte do general Villas Bôas de alerta à Corte funcionaria melhor se dito em cima dos fatos como de resto não adianta agora o Ministério Público Federal condenar hoje o drible que Bolsonaro deu no ritual da votação da lista tríplice, na qual a omissão da corporação foi máxima em não defender a prerrogativa.

Impeachment

Por falta de alternativas a oposição concluiu que em lugar do impedimento do presidente (que acabaria por fortalecê-lo) deve fluir o desgaste de Bolsonaro até a eleição. Pesquisas estão mostrando que a despeito de tudo o presidente conta com a fidelidade de suas milícias digitais e com elas neutraliza parte do impacto dos desgastes. Se com Rodrigo Maia, com todo o seu discurso de independência, engavetava os pedidos às centenas, hoje com Arthur Lira jamais dariam um mínimo passo.

Massacre

Está armado o quadro de massacre final da Lava Jato, que tem no STF e STJ dois organismos capazes de aprofundar a queda daquele fluxo judicial. A questão, além das outras alegadas, é de que num determinado momento a força-tarefa enfocou a análise patrimonial de ministros em diálogos obtidos pela Polícia Federal, fato revelado pela CNN. Por sinal que há 54 processos em aberto da Lava Jato em Curitiba e só dez deles prontos para receber a sentença do juiz Luis Antonio Bonat, substituto de Sergio Moro.

Folclore

O ministro Edson Fachin, gaúcho com formação jurídica no Paraná, fez observações corretas a respeito da pressão militar sobre o STF, mas ela veio fora de tempo, nada menos de três anos depois. A gravidade da situação exigiria desforço imediato, embora a nota fosse amainada em seu sentido original.