A cada ameaça ao convívio democrático, como se viu agora na reforma ministerial de Bolsonaro, é apreciável o nível de resistência. Da mesma forma que o novo ministro da Defesa incluiu a evocação de 1964, tivemos apreciável reação na mídia criticando a Ordem do Dia. Isso é o normal, pois estamos longe daquele tempo em que uma eleição no Clube Militar deixava o país em suspense. O fato, porém, é que uma compulsão fortemente autoritária coloca tudo sob risco, embora mesmo no caso da mexida no Ministério da Defesa tenhamos a fala do ministro demitido colocando a questão clássica de que as forças armadas são instituições de Estado e não do governo.

Mapa letal

Março representou em dois terços dos estados brasileiros o ponto agudo da pandemia. No Paraná recordes foram batidos e o governo estadual prorrogou as medidas restritivas até 15 de abril. Nas últimas 24 horas, 3.969 novas mortes totalizando 321.886 e tivemos 90.638 infecções das 12,7 milhões até agora registradas. Em Curitiba, com as UTIs em 100% mais 39 óbitos e 793 casos. Persiste o conflito entre a posição do ministro de Saúde, Marcelo Queiroga, e a de Bolsonaro quanto ao distanciamento. A maior parte dos integrantes do comitê recém-criado integrado pelos presidentes da Câmara e Senado é favorável às restrições.

Queda

Depois de nove meses de alta na produção industrial tivemos em fevereiro uma queda de 0,7%, o que pode indicar uma tendência. Investimentos, segundo o IPEA, caíram 15,9%. O debate do momento é a questão da intervenção da iniciativa privada na imunização, debate tóxico porque centrado em preconceitos erigidos em sistema.

Auxílio

Dessa feita o auxílio emergencial, que começará a ser pago na terça-feira (5) e possivelmente hoje conhecido, será bem menor em quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. Calendário prevê depósitos em conta de forma escalonada até agosto e com os saques se estendendo até setembro.

Manifestos

É tempo de manifestos. Já os tivemos de ex-ministros, economistas e empresários e agora o dos pré-candidatos reais ou imaginários em defesa da democracia que julgam ameaçada. Signatários são Ciro Gomes, Eduardo Leite, João Amoêdo, João Doria, Luiz Henrique Mandetta e Luciano Huck.

Desinformação

Vários estados – entre eles AC, RR, MA, MG, MT e AM - só usaram até agora metade das doses recebidas de vacinação. Houve, porém, aceleração após fim de reserva da segunda dose. Dá para perceber a ausência de coordenação. O ministro Queiroga diz que a previsão para abril é distribuir 25,5 milhões de doses. A meta lá na frente é vacinar um milhão por dia.

Folclore

Há quem veja na intervenção da iniciativa privada na vacinação a institucionalização do fura fila pela força do poder.