A pressão contra o governo Bolsonaro é extremamente forte com a CPI do Senado e agora na fluência da Cúpula do Clima. Percebe-se, no entanto, que tanto num caso como no outro há uma defesa unida, conectada, indo bem além daquele contato pessoal ou pelas redes sociais com apoiadores. O desempenho do presidente não satisfez seus críticos, mas formalmente pasteurizado pegou bem inclusive em áreas técnicas, restando que na continuidade observe, na prática, o que discursou, sem o que tudo vai por água abaixo.

Na CPI haverá, é claro, o envolvimento de governadores e prefeitos, escalados como inimigos. Só aí há elementos para dispersão nas vacinas vencidas, na troca de imunizantes entre o da Covid e o da gripe comum, nos fura-filas, nas doses incompletas e nas falsas já detectadas. A oposição não pode bobear subestimando o adversário. Trata-se de batalha equilibrada.

Vacinas

O governo estadual investiu R$ 700 mil na vacina da UFPR. O Butantan protocolou na Anvisa autorização para testar em humanos a Butanvac, imunizante daquela instituição. Uma carga da Pfizer está para chegar e ser distribuída nas capitais que têm melhores condições térmicas para conservá-la, já que exige temperaturas baixíssimas. No passado, até os anos sessenta, tínhamos instituição - o Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas - habilitado a produzir vacinas, o que não se sabe se o seu substituto, o Tecpar, teria tais condições. Nas anomalias comuns, o fato de mais de 16 mil pessoas tomarem doses trocadas de vacinas.

O cenário é de caos: São Paulo teve diminuição de mortes e casos, mas segue com média alta de 600 diários. Revela um estudo que de cada quatro cidades uma ainda não atendeu nem os grupos prioritários. Entre quarta (21) e quinta (22), 2.070 novos óbitos, o que eleva a contabilidade a 383.757 mortes, mais 50.023 infecções em 24 horas e fechando em 14,2 milhões de casos.

Registro interessante foi o de o SUS receber remédios de hit intubação em mandarim. Há riscos de confusão e erros graves.

Polarização

Com a declaração pelo STF de que Sergio Moro tem suspeição em relação a Lula, o petista fica cada vez mais distante de eventual nova condenação e se fortalece para a eleição, que tenderia a uma polarização com Bolsonaro, tornando qualquer opção mais ao centro, como capaz de favorecer a direita, mexendo no equilíbrio de forças. Processos do ex-presidente vão para o Distrito Federal, com o magistrado podendo convalidar as provas dos autos.

Decadência

Para Guilherme Leal, da Natura, a imagem do Brasil está em acentuada desagregação em vários setores, com predominância, é claro, para as questões ambientais, o que pode ser uma trava contra investimentos. A adesão pelo discurso de Bolsonaro, dependente de provas, encontrará muita resistência em grupos que colocam o meio ambiente como fundamental.

Folclore

A engorda da praia de Matinhos, há longo tempo prometida pelos governantes, está novamente em pauta. Só é superada como promessa pela ponte na baía de Guaratuba.