A Federação do Comércio de São Paulo, em anúncio em grandes jornais, reclama por um plano de retomada dos três níveis de governo que permita enxergar um horizonte pós-quarentena, a mesma preocupação de associações microrregionais do oeste paranaense. Há alinhamento na causa do distanciamento social, mas persiste a angústia com referência ao futuro. A propósito do tema, o prefeito Celso Pozzobom, de Umuarama, esclarece o sentido daquelas reuniões, nega atrito com o Ministério Público e reafirma apoio rigoroso à orientação da ciência.

Percebe-se que dos entes federativos, um dos mais pressionados é o município, e esse costuma agir com senso coletivo justamente de sua microrregião, enquanto à associação que fala por todos, comandada pelo prefeito de Pérola, Darlan Scalco, cabe a definição desses propósitos. Indispensável o engajamento municipalista porque é desses conflitos, ora ampliados pela pandemia, que se repaginará a federação brasileira com melhor discriminação de encargos e de recursos e melhor ajuste institucional de estados e municípios.

Confirmação

Há casos confirmados de Covid-19 em 50 cidades, com 258 contaminados, 99 na capital, 23 na região metropolitana, 28 em Londrina (um em Cambé), Cascavel e Maringá com 13 cada um, Foz do Iguaçu com 12 e Cianorte com 11. Há quatro mortes, a última de paciente de 72 anos de Campo Mourão.

Novidade em termos nacionais a notícia de um primeiro caso de coronavírus em janeiro deste ano, portanto, um mês antes do que se acreditava. O Brasil já tem 299 mortes e 7.910 casos da doença. No mundo, 1 milhão de casos em 180 países.

Pena que em meio a tudo isso haja nova intervenção de Bolsonaro ao afirmar que falta humildade ao seu ministro de Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Efeitos perversos

Tivemos aqui as demissões da rede Madero, e nessa área, a de restaurantes, já se admite, segundo a associação, a dispensa de 800 mil. Até o mercado de flores calcula queda de R$ 1,3 bilhão nas vendas, falência de 60% dos produtores e desemprego de 120 mil. Em Holambra, maior polo produtivo, há descarte de toneladas dos produtos, cenário de desalento e negação da poesia.

STF atento

Até agora o Supremo Tribunal Federal tem sinalizado imposição de limites ao presidente da República, notadamente em qualquer afrouxamento de medidas contra a Covid-19. Proibição da campanha "O Brasil não pode parar", e uma delas do ministro Luis Roberto Barroso, negativa de ampliar vigência de medidas provisórias e de afrouxar regras de acesso a informações e autorização a que estados e municípios possam editar medidas e manter decretos de isolamento social.

Folclore

Jogo de braço possível entre o governador Ratinho Junior e Ney Leprevost, imaginável na convenção futura do PSD, lembra de situação análoga vivida nos anos 60, pós revolução, no Partido Democrata Cristão paranaense em que Ney Braga defendia a candidatura de Paulo Pimentel e o grupo à esquerda queria Afonsinho Camargo como candidato ao governo. Ney Braga levou a melhor e o grupo perdedor fez dissidência apoiando Munhoz da Rocha contra Pimentel e que também "dançou".