Bolsonaro não deixa por menos e adianta que vai vetar a lei das fake news. Resposta imediata: a investigação do assunto, de Alexandre Moraes no STF, prorrogou o processo em curso por mais seis meses. Diz-se-ia que há muito de lúdico na guerra entre poderes aparentando um jogo de peteca. E isso ocorre num momento de relativa distensão com encontros dos três poderes em solenidades.

Para se ter uma noção do primarismo desse pessoal das redes sociais entre as ameaças feitas a ministros e familiares há de um que promete estuprar a filha de um magistrado. Se uma ofensa desse porte foi enunciada imagine-se o que haveria no grunhido dos bárbaros. Não é fácil lutar contra as variadas formas de terrorismo, daí a estranha forma do processo, tão contestada em sua origem, aí colocada como legítima defesa e reconheçamos que produziu seus efeitos, conforme acentuou o ministro Gilmar Mendes, não apenas na investigação em si como também no apuro da legislação.

Não funcionou

Como se esperava, diante da resistência de muitos prefeitos à quarentena, o bloqueio acabou não funcionando. Adotado diante da gravidade estatística - 1.343 novos casos em 24 horas e 14 mortes e a totalização é de 23.965 casos e 650 óbitos -, o decreto do governo foi esnobado pelo público, que continuou a agir como se o pesadelo tivesse passado. Há um problema na falta de gradação de autonomia de estado e município, não clareada pela decisão do STF, a dificultar a obediência ao decreto estadual. O prefeito Marcelo Belinati recorreu no plano administrativo e anunciou o fechamento do comércio para segunda feira.

Em termos nacionais são 60.713 mortos e 1.453.369 casos, o Brasil perde nesse ranking apenas dos EUA. A ocupação de UTIs supera o patamar de 80% em 13 capitais, em Curitiba o percentual é de 78%.

Ratificado

Não houve a resistência esperada no adiamento eleitoral e 402 deputados em primeiro turno e 407 no segundo ratificaram a decisão do Senado, adiando o pleito. Rodrigo Maia desempenhou papel decisivo ao convencer o centrão de desistir da resistência ao adiamento.

Lava Jato

Lava Jato voltou ao cenário e agora no enquadramento dos presidentes da Câmara e do Senado por recebimento de propina eleitoral. Um novo surto, ou apenas um susto?

"Rachadinha"

Márcio Pacheco, ex-líder de Witzel, foi denunciado no Órgão Especial do TJ, Rio, no caso das "rachadinhas", aquele mesmo que envolve o senador Flávio Bolsonaro. Casos daqui entre vereadores foram esquecidos.

Folclore

Elizabeth Guedes, irmã do ministro Paulo Guedes, presidente da associação das universidades particulares, vê na carga contra Donatelli uma pitada de racismo. "Ele é um preto que venceu no mercado de capitais, lugar de homem branco e rico. Cadê o movimento preto?". Pergunta "quantos brancos já fizeram isso e não aconteceu nada".