Parece que o resultado das pesquisas está na raiz das reações de Jair Messias Bolsonaro e a sua ameaça de usar a caneta a quem se julgar o tal. Há muitas estrelas cadentes e que variam conforme as circunstâncias: Sergio Moro era a figura principal, antes da patologia, e algumas vezes e por instantes quem apareceu bem foi Paulo Guedes como hipótese de milagre, mas quem domina hoje o espaço é Luiz Henrique Mandetta, escorado em chefes da Câmara e Senado e do STF, que aparenta afinal ter o jeito de "quem se acha" no juízo presidencial.

Pesquisa Datafolha mostrou o ministro da Saúde com 76% de créditos (Bolsonaro com menos da metade nos 33%), igual número dentre os que apoiam o isolamento, e 59% opondo-se à renúncia do presidente como pretendido pela esquerda. Por sinal que nessa sondagem ficou demonstrado que o maior aval à permanência de Bolsonaro está entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (69%) e quem ganha de 2 a 5 mínimos (64%). Defesa da permanência de Bolsonaro é, antes de tudo, respeito às regras do jogo da democracia.

A fritura, que já atingiu Moro e Guedes, ora voltada para Mandetta, é apropriada à ciclotimia de estilo e se as pesquisas não entrarem em quarentena a ruptura pode ocorrer porque são suas conclusões que geram tantas inquietações.

Demissões

A despeito das compensações anunciadas, empresas começam a demitir tanto em Curitiba como em Londrina e nos assentamentos de porte médio. Isso se dá em setores não essenciais, embora lideranças associativas como a do presidente da Associação Comercial defenda a quarentena. Esses fatos contemplam a resistência presidencial e parece que as medidas já postas em prática se mostram ineficientes, posto que apenas 18% sejam contra o isolamento. Para deter a onda de demissões seria necessário que além de providências nacionais as de caráter municipal e regional as acompanhassem.

Retomada

Há esperança no ar: alguns países europeus, fortemente atingidos pela pandemia, sinalizam queda na taxa de contágio e retomaram o debate (que aliás sempre existiu) sobre a retomada das atividades cotidianas depois do isolamento. Na Áustria, por exemplo, há mais recuperados do que novas vítimas da Covid-19. Em meio a essa tormenta há em andamento testes como o feito com o plasma de recuperados da patologia e que foram precedidos por debates no campo da bioética.

Alta

Londrina comemorou também a primeira alta de UTI no Hospital Universitário de uma jovem de 33 anos que estava internada há 12 dias. Já houve outras altas, mas esse foi primeiro caso grave com alta da UTI. Em uma semana houve aumento de 300% em casos na cidade, 39 novas contaminações de 51 confirmadas e morte de engenheiro de 37 anos. O Paraná está com 445 confirmações e dez mortes, as últimas de Campo Mourão (duas) e Santa Fé.

Folclore

Figuras nacionais disputaram eleições no Paraná como Jânio Quadros pelo PTB em 1958 e Plínio Salgado, chefe integralista, para deputado federal. Jânio saiu em primeiro, Ney Braga em segundo, Accioly Filho em terceiro e Plínio em quarto. Mas na eleição presidencial de 1955 Plínio Salgado saiu à frente de todos em Curitiba e Ponta Grossa.