Como é a linha da moda, mais no discurso do que na prática, aposta-se tudo na privatização da Sercomtel como melhor solução, o que já se admitia, lá atrás sob gestão petista, na acidentada trajetória da empresa. Já recebeu recursos estatais como a aquisição de 45% do seu capital pela Copel, e agora o empréstimo de R$ 30 milhões da Fomento Paraná, providência saneadora para sua sobrevivência. Apesar das tentativas anteriores, que foram esboçadas ante a pressão da Anatel, a tese dominante é que o processo de privatização dê certo. Pertinente o estudo da Fundação de Apoio à UEL que sugere, em consultoria, medidas para sanar o déficit da empresa no enxugamento dos quadros funcionais, e que precedeu a votação na Câmara, aprovada por 11 a 7, o que comprova seu traço polêmico.

Diz-se que esse é o plano B, caso o segundo leilão se frustre. Convenhamos que o cenário é pontilhado de fatores negativos e isso, de forma alguma, favorece o processo. O alerta da consultoria reclama uma lipoaspiração na Sercomtel. O mal menor é a privatização.

Abre-fecha

Reabriu a economia, há aumento de casos e mortes. Está sendo assim de maneira geral: em Uberlândia flexibilizaram no fim de abril e a virada de maio para junho deu salto de 72% nos casos e 55% nas mortes. O fato se repete de uma forma geral e São Paulo reabriu áreas do comércio ontem e talvez o faça hoje com os shoppings. Como se não bastasse há decisões conflitantes no Judiciário por abrir e por fechar. Na verdade quem está ditando regras é o impulso popular tentando antecipar o fim de algo que ainda pode gerar uma segunda onda.

Esse voluntarismo bem intencionado pode aumentar a tragédia.

PSL ainda na frente

Mesmo com a saída de Bolsonaro e os consequentes rachas internos, o PSL é o partido que mais cresce após a janela de abril: aumento de 26,6%, seguido pelo PSD, com 24,2%. O MDB, ainda a maior agremiação (2,1 milhões de filiados), cresceu 1,7%, e o PT (1,5 milhão) teve alta de 4,1%. Razoável o desempenho do Podemos, com 12,7%, o PP (1,3 milhão) cresceu 5,3%.

Respiradores

Está sufocante a situação de governadores que fizeram negócios irregulares com respiradores, como se deu ontem, logo cedinho, com Helder Barbalho, do Pará, alvo de ação da PF autorizada pelo STJ. Dias passados tivemos o caso de Witzel, governador do Rio. Pelo jeito haverá outras operações como se estivéssemos no segundo tempo da Lava Jato.

Marielle

Prisão do sargento bombeiro Maxwell Correia como participante do assassinato de Marielle Franco na ocultação de armas do crime. Questionou-se como ele poderia ter a casa em que vive com o salário da corporação. Inimaginável um pente fino do gênero em todo o país em cima de sinais exteriores de riqueza.

Folclore

O governo não pode reduzir o valor do auxílio emergencial, que carece de outra medida legislativa para esse fim. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, sugere cortes salariais nos três poderes para garantir os R$ 600 dos necessitados. Populismo luminoso até na sobriedade.