De todos os mosqueteiros de planos econômicos nenhum foi tão badalado como o atual, Fernando Haddad, até porque eram mais discretos e jogavam em grupo, tanto que ainda no processo eleitoral se manifestaram pró-Lula como óbvia opção democrática. No entanto foram autores do nosso maior feito contra a inflação com o Plano Real e ciclo de maior durabilidade em nossa história.

A micro intervenção se volta para a dívida pública, o que está longe de atingir o coração da hidra da inflação, que é contra quem se utiliza o remédio amargo dos juros altos, o que não altera o quadro, segundo o Focus. E a conjuntura se mostra hoje pior do que ontem. A questão é técnica e não política, como se desfizesse com ataques como o de sugerir que o BC está brincando com o Brasil. Já há em cogitação o segundo nome do Ministério da Fazenda para substituir Campos Neto, com o que mandaríamos às favas a autonomia, posto que sem maioria no Congresso.

Cem dias

Com muito bom humor, Lula celebrou os 100 dias de governo com seus ministros, revelando muita confiança no que tem feito, embora tenha de fato crescido em pautas para minorias e ainda na presença internacional do país, o que pode trazer surpresas positivas com a viagem à China.

Há questões de princípio, como a da defesa do meio ambiente, pessimamente colocadas com as recordistas taxas de desmate e incêndios na Amazônia e para surpresa de muitos com a agressão ao cerrado.

A cientista brasileira Thelma Krug, candidata a presidir o IPCC (Painel sobre Mudança de Clima da ONU), afirma que o custo da ação pró-clima é bem menor que o da inflação.

Ameaça

Área portuária sob ameaça de explosão por nafta, o que poderia se estender nos bueiros. Nos anos quarenta, quando o porto se limitava a operar com madeira e erva mate e começava a se abrir para o café, houve um incêndio no parque madeireiro e que durou vários dias com as chamas se reanimando, o que dobrava os esforços dos bombeiros vindos da capital. Recentemente houve a explosão do silão e contaminação por petróleo, das quais a maior foi no rio Iguaçu junto à refinaria de Araucária que gerou indenização que a Petrobras vem pagando.

Sem terapia

Em média 73 mil pessoas com câncer não conseguem radioterapia no SUS a cada ano. De 2008 a 2022 o número chegou a 1,1 milhão, o que deve ter sido causa de mais de 110 mil mortes, segundo a Sociedade Brasileira de Radiologia.