Foi decisiva a participação do governo estadual nas negociações entre a Renault e seus trabalhadores. Claro que as coisas foram facilitadas pela decisão judicial que favoreceu os 747 servidores em sua reintegração aos quadros da empresa. Houve um momento, na fase do desespero, que se levantou a bandeira da supressão de incentivos fiscais à montadora como retaliação. E foi justamente a existência desse pacto que justificou a mediação bem sucedida.

Concessão

Rafael Greca, prefeito de Curitiba, já por duas vezes atendeu o cartel de transporte público na contingência dos efeitos da pandemia no sistema, razão pela qual transfere novamente R$ 120 milhões às empresas como compensação institucional pelo advento da crise. Gustavo Fruet fez pesada crítica ao socorro emergencial que decorre do clima pactual que mantém as relações entre poder concedente e concessionárias. É sempre o mais agudo problema da cidade e que deve animar os debates da eleição. Quem não perde até hoje, mesmo com eventuais mudanças, é o sistema de transporte, posto que já tenha sofrido em passagem distante - e isso por duas vezes - a suspensão dos serviços e até a colocação da frota em lugar incerto e não sabido, o que foi feito no arresto judicial que pôs fim ao locaute. O mais pesado foi na gestão do general Iberê de Matos e uma experiência anterior no governo Ney Braga, que botou na rua carros do Exército para transportar a população.

Água

Apenas as barragens de Piraquara se apresentam com mais de 80% de sua capacidade, já que as demais rendem quando muito pouco mais de 20%. Esse é o desenho da crise hídrica que afeta o suprimento de água em Curitiba, submetido a rigoroso racionamento e que nesta semana, a partir de sexta-feira, fixará o rodízio do produto a cada 36 horas. Pelo jeito estamos condenados diante da fragilidade das barragens com seus percentuais mínimos de aproveitamento ante a falta de chuvas. A Sanepar, na gestão Lerner, tentou explorar o carst, mas a experiência não foi muito produtiva.

Debandada

Se a debandada de quadros técnicos do Ministério da Economia resulta de frustrações em torno de variados compromissos da área que vão da questão da privatização, tão proclamada e nunca exercida, à da desburocratização. As mais recentes a dos secretários Salim Mattar, homem da desestatização, e Paulo Uebel , da Desburocratização, renderam mais impactos e evidenciam que os compromissos reformistas não estão encaminhados, e é visível que casos da previdência e dos marcos do saneamento se deveram aos políticos. O discurso do liberalismo na economia, como se vê, não basta, e claramente não motiva a equipe. Em consequência o que se observa é que a retórica não é acompanhada pela ação. As resistências orgânicas da classe política são visíveis e também a noção de que os beneficiários do que está aí são os de sempre.

Folclore

O guru e Posto Ipiranga permanece em meio à debandada e desde o começo há expectativa da melhora na economia.