Depois do torpor de tantas derrotas, que lhe reduziram sua presença no Paraná, a principal delas na derrota de sua maior liderança, Roberto Requião, no Senado, o MDB ensaia agora a sua recuperação e parece não evitar que tenha presença na disputa governamental. Perdeu muitos quadros, entre os quais lideranças como a de Romanelli, mesmo assim aumenta o tom da voz para uma reação que teria efeitos na representação parlamentar estadual e federal.

O cenário parece indicar que Ratinho Junior tem plenas condições de reeleger-se, detalhe que não passa despercebido por Alvaro Dias, que tenta manter-se para mais um mandato como senador e procura comandar um processo pela maior capilaridade representativa do Podemos em nível nacional. Havia um setor que pretendia fazer dele candidato ao governo, mas os riscos pareciam maiores do que a batalha pelo Senado. Percebe-se que Alvaro pretende ter um papel nacional e o Senado obviamente é das trincheiras uma das mais indicadas como se tem captado pela expressão na mídia do senador paranaense, que obteve um feito excepcional na bancada paranaense do Senado pela primeira vez articulada e unida em seus propósitos regionais e nacionais.

Teimosia

Bolsonaro tem muitas teimosias, boa parte delas como a do armamento da população caminha, mas outras como a do voto impresso não parece emplacar, o que não impede a sua nervosa ala de apoios prometer para amanhã na capital uma concentração pelo apoio à iniciativa, repelida com veemência pelos juízes e técnicos na área eleitoral. Quanto às suas insistentes afirmações de que há fraudes facilitadas pelo sistema eletrônico, acabou, depois de três anos, admitindo que não possui qualquer prova minimamente formulada do tema. Isso não o impediu de novos ataques, principalmente ao Poder Judiciário, também sem provas. A metralha giratória não poupou o estado laico, a imprensa, a esquerda, as minorias e os institutos de pesquisa. Curitiba tem a tradição dos lançamentos de marketing, inovações urbanas e de feitos políticos como o primeiro comício das Diretas Já e que estaria na memória dessa reunião pelo voto impresso.

Mortes e casos

A média móvel de mortes e infecções novas está em queda. Tivemos 1.354 óbitos e 41.393 casos, Paraná com 2.442 casos, Curitiba com 15 mortes, 421 casos e ocupação de UTIs em 61%. Em julho tivemos 2 milhões de doses enquanto o governo federal trava R$ 666 milhões em emendas para combate à pandemia nos estados e municípios, Houve pressão e o Ministério da Saúde afirma estar reavaliando a medida restritiva.

Folclore

A taxa de desemprego no Brasil, segundo o IBGE, é de 14,2%, o que implica num universo de desempregados da ordem de 14,8 milhões, número elevadíssimo e mal compensado pelos sinais de mudança anotados, como o revelado em junho pelos segmentos do comércio e serviços com 309.114 vagas (1,601 milhão de contratações e 1,291 milhão de rescisões). Desde março, com alta de casos e óbitos, o resultado foi menor. Bastou a sinalização de discreta melhora e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anuncia quatro dias de festa em setembro para celebrar o fim da pandemia. Não há remédio para a vocação triunfalista e exercício do oba-oba.