Tanto o governo anterior como o atual tentaram uma redução na partilha dos orçamentos de outros poderes e houve resistência por alegada impossibilidade de fazê-lo. O Legislativo, já em vários exercícios, tem cedido ao Executivo apreciáveis sobras. Se isso se dava antes da pandemia, imagine-se a situação diante das perdas de agora principalmente no ICMS. Na gestão de Beto Richa, uma das armas utilizadas foi o pagamento de parte dos servidores aposentados com os recursos da ParanaPrevidência, da ordem de R$150 milhões mensalmente, descapitalizando a instituição em quase R$ 2 bilhões anuais, isso sem contar que antes o governo sacara da previdenciária, em empréstimo, mais de R$ 700 milhões pagos com juros ao longo do tempo em prestações.

Fica claro que não é de hoje o problema de caixa e já se espera um déficit de R$ 4,3 bilhões no orçamento de 2022. Há muito tempo servidores, principalmente do Executivo, estão com seus salários congelados e as tentativas de elevá-los minimamente (na base de 1%) tiveram que ser afastadas. O pior é que a dureza persiste no exercício atual e isso apesar de o governo ter se alinhado em postura de austeridade na noção de que é possível fazer mais com menos gastos, como disse Ratinho Junior.

Ações sociais

Dificuldades fiscais não têm impedido o governo estadual e municípios da manutenção de programas sociais. Ainda agora em andamento um de R$ 109 milhões para ações sociais, como se vê também nas cidades na oferta de crédito de R$ 150 reais em compras por família em Ponta Grossa. Por sinal que num trimestre tivemos 21.717 empregos com carteira assinada e ocupamos posição de liderança.

Droga

Num só dia um recorde no porto de Paranaguá: três cargas de cocaína em contêineres foram encontradas pela Receita Federal. Usa-se técnica radiográfica para apurar a anomalia. Dá para perceber, pela frequência, que o tráfico, embora essas perdas, deve furar os bloqueios.

Clima

Não é boa a posição brasileira para a Cúpula do Clima: a carga de denúncias de embaixadores e de organizações nacionais nega o mínimo de credibilidade a Bolsonaro com uma pressão forte contra o ministro do Meio Ambiente. Antecedentes prejudicam a nossa cotação. Só uma surpresa pode alterar o quadro, com um posicionamento que não seja contestável.

Palanque

Um temor sério é o de que a CPI da pandemia se transforme em palanque eleitoral voltado para o próximo pleito. Entre as críticas há uma especial contra governadores filhos de senadores que integram a comissão, o que é constrangedor, ainda mais se houver juízo sobre o desempenho dos executivos estaduais.

Folclore

A Cúpula do Clima é vista por alguns como a Cópula do Clima, ainda mais quando os EUA admitem que perdem para a China na agenda verde.