Lula 41%, Bolsonaro, 24%, é o indicador da pesquisa Exame-Ideias, quase igual ao da Quaest, que dava 43 a 23 (Moro com 9). Na última do Datafolha de dezembro Lula disparava com 48%, Bolsonaro 22%, Moro empatado tecnicamente com Ciro Gomes, este com 7%, aquele com 9%. Metodologias diversas impedem o exercício de considerá-las no mesmo nível, mas se Lula sofre mínima queda e Bolsonaro der sinais de recuperação o cenário muda. O Podemos decidiu operar mais no Sul e Sudeste, seguindo indicadores de sondagens anteriores para melhorar o desempenho do seu pré-candidato. É o Brasil desenvolvido e onde mais houve efeitos da Lava Jato: em São Paulo pegando gestores tucanos e em Minas atingindo Aécio Neves, no Rio o Cabral. Confia-se na adesão de ex-bolsonaristas.

Alvaro checado

A engenharia de Alvaro Dias na última eleição foi precisa com o ganho de toda bancada para o Podemos. Agora apareceu um nome do PSD, partido do governador, o do deputado estadual Guto Silva, ex-Chefe da Casa Civil, para a majoritária do Senado, o que abre caminho para novos ajustes, inclusive a possibilidade de Alvaro encarar o pleito de governador, o que seria um respaldo forte para a campanha de Sergio Moro. O PSD, com os arranjos em andamento, não dá, no caso paranaense, oxigênio para o seu pré-candidato Rodrigo Pacheco. Todo o tipo de especulação regional pode não interessar à presidência nacional das legendas. Esse atrito entre nacional e regional afeta o processo inteiro e duramente tanto Lula quanto Bolsonaro. Vide a situação de João Doria, embora a visibilidade obtida com a epidemia, sexta (14) vacinando a primeira criança, uma indígena.

Front

Curitiba está aconselhando cuidado com as aglomerações e sugerindo reduzir ocupações em estádios e shows na linha de São Paulo e mantém a bandeira amarela por mais sete dias. Houve aumento de 62% de casos de Covid de janeiro para cá. A média móvel de mortes cai - houve oito, mas a progressão de novos casos preocupa com 12 mil referências. Cogita-se de fazer o Campeonato Paranaense sem público, o que revela a multiplicidade de opiniões sobre como encarar a atual fase da pandemia. Espera-se por esses dias a chegada de 786,5 mil testes (cada vez mais escassos) para diagnóstico. O autoexame é possível que seja aprovado na próxima semana na Anvisa, o que está pautado.

Digitalização

De 1995 para cá houve uma queda no uso de cheques bancários da ordem de 95%. Esse novo mundo chegou à política e isso deu para ver na eleição passada de Trump e na mais recente de Bolsonaro. É surpreendente a distância metodológica entre os chefes partidários nesse quesito, o que dá um tom revolucionário, mesmo que partindo de conservadores ideológicos, a ações contra o status quo. Essa visão antissistema, por incrível que pareça, favorece aqueles vistos, nos padrões antigos, como ultrarreacionários.

Cavernas

Mais uma do receituário contra o meio ambiente com o ato presidencial que permite construções em áreas de cavernas. Aqui no Paraná tivemos um projeto legislativo que mexia nas demarcações de áreas nos Campos Gerais e um grupo de ambientalistas mostrou que o espaço pretendido para lavoura tinha dezenas de cavernas, objeto sistemático de estudos por especialistas. Muitas das nossas cavernas calcáreas foram destruídas para indústria ou cobertura de estradas. Espeleologistas já firmaram seu protesto contra o que consideram uma arma de destruição, como se deu também com os sambaquis.

Praias

Matinhos decidiu para amainar a carga sobre o sistema básico de saúde adotar obrigatoriamente o passaporte vacinal. Pretende com isso reduzir a pressão que alcança níveis assustadores. A condição de balneabilidade das praias está razoável, com apenas nove pontos impróprios para banho, apesar do agravamento das chuvas.

Folclore

Quando não são os acidentes naturais como o deslizamento que destruiu casas históricas em Ouro Preto é o governo com seus éditos que permite a destruição das cavernas que em muitos casos tem exemplares de arte rupestre como se dá em alguns exemplos em parques nacionais e em casos paranaenses bem documentados.