A Lava Jato "dançou" para a tranquilidade da classe politica. Entre os fatores que a degradaram está uma incursão de investigadores sobre tribunais superiores. Depois disso, a onda se consolidou e ela perdeu apoiadores no Judiciário, como se viu em decisões da segunda turma e do próprio colegiado. Pois agora pinta um pedido de aval ao STF pela Polícia Federal para investigar o ex-presidente da Corte, Dias Toffoli, em decorrência de delação premiada de Sergio Cabral de que teria, quando no TSE, recebido 4 milhões de propina em favor de dois prefeitos em cuja demanda o escritório da advogada Roberta Rangel, esposa de Toffoli, estava envolvida. O acusado nega tudo, mas o ministro Edson Fachin encaminhou a documentação para a Procuradoria-Geral da República se manifestar. Rescaldos do ciclo punitivo retornam à cena e muitos sentem saudades da Lava Jato, menos a maioria esmagadora de políticos. É possível que de tudo, historicamente havido, surja algo em forma de doutrina. Um sinal está nos procedimentos contra desembargadores da Bahia por venda de sentenças, outro na prisão eterna de Sergio Cabral e do ex-detento Eduardo Cunha, que drena grana bloqueada na Suíça para pagar obrigações processuais da Lava Jato.

Não barrou

Antonio Barra Torres, contra-almirante e presidente da Anvisa, não barrou o fluxo dos fatos, como o fizeram o ministro Queiroga e o ex-chefe da Comunicação Fábio Wajngarten, o que pode resultar em reconvocação, este último confirmando apenas a sua impressão de que Eduardo Pazuello é incompetente. Mesmo na questão dos tratos da vacina Pfizer suas falas tentaram blindar o presidente. Procurava-se extrair das respostas de Wajngarten material para usar na inquirição dos dirigentes da Pfizer.

Picos

A atual mortandade da Covid em Curitiba está revelando agora "picos" bem maiores do que os anteriores. Tivemos 697 casos e o Paraná caminha para um milhão no fim de semana. No Brasil, 2.311 mortes, 72.715 casos em 24 horas, totalizando 425.711 mortes e 15,3 milhões de casos. No Paraná, 88 óbitos. A suspensão da vacina AstraZeneca/Oxford das grávidas e puérperas se deu pela morte de gestante e do bebê no Rio, embora a relação causal não esteja comprovada.

Força-tarefa

O Ministério Público do Rio de Janeiro criou força-tarefa para investigar a morte de 27 civis, do policial André Frias, cinco tentativas de homicídio contra policiais e duas pessoas feridas dentro da estação do metrô na favela do Jacarezinho. População irada enxerga a operação como de execução e chacina e há até uma mobilização para hoje, Dia Nacional da Denúncia Contra o Racismo, movida pela Coalizão Negra por Direitos.

Folclore

O misturador de vozes da CPI do Senado está a pleno vapor e o suficiente para não confundir fatos com flatos. Os fatos podem até ser malcheirosos, mas nunca terão a autenticidade identitária dos flatos.