O ministro Gilmar Mendes, do STF, deu cinco dias para o ministro da Justiça expor os motivos do uso da Lei de Segurança Nacional, que existia mas jamais foi usada em governos como os de Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e mesmo Michel Temer. Tratadistas a chamavam de anti-lei e muitos perfilavam a tese de que a Carta de 1988 já não deveria recepcioná-la. Como tem sido constantemente acionada no governo Bolsonaro, a matéria será tema do STF muito mais ponderável do que o da pauta de hoje em torno dos limites à concentração religiosa em função da pandemia.

Como o tema é radical levantam-se várias hipóteses de revogação e derrogação do texto na íntegra ou em partes, mas de um modo geral a incompatibilidade é chocante, já que as primeiras versões se deram em tempo de guerra, de sabotagem, e a mais recente no agudo da Guerra Fria em meio à paranoia das suspeitas.

Alerta

A Fiocruz, com o peso de sua autoridade científica, faz um alerta contra a escalada da pandemia e prega como indispensável um "lockdown" nacional. Não vê perspectiva opcional para deter o processo que enfrentamos e é o maior do mundo. A resistência no país é grande contra a medida radical, ainda que países com maior carga civilizatória do que o nosso a tenham adotado e enfrentado também reações. Ainda não temos elementos para dimensionar os efeitos das nossas experiências em nível regional.

O presidente da República tem posição militante adversa e tem seguidos conflitos de opinião com seu ministro da Saúde em torno justamente do distanciamento como prevenção.

Sucedâneos

Em economia popular, quando uma mercadoria sobe demais apela-se para um sucedâneo. A alta da carne bovina, apoiada fortemente na exportação, levou por exemplo a suína a uma expansão de 80% no consumo do ano passado. Também serviram de sucedâneos as de peixe e frango.

Hídrica

A crise hídrica revelou que março foi o pior dos meses na reservação, tanto que obrigou ao aperto no racionamento na capital e região metropolitana. E as expectativas nada têm de favoráveis. O pior é que continuam os abusos como o da lavagem de calçadas e veículos com produto da rede, apesar dos institucionais que fazem recomendações em sentido adverso.

Previsão

São assustadoras as previsões quanto à escalada da pandemia. Chegaríamos, segundo avaliação de universidade americana, perto de 600 mil vítimas até junho. Com os 1.623 óbitos de domingo para segunda, já alcançamos 333.153 mortos, enquanto o numero de casos já ultrapassava a marca de 13 milhões e que tiveram nas últimas 24 horas mais 39.629 infecções.

Folclore

O Tribunal de Contas estadual está de olho no transporte coletivo da Grande Curitiba e quer prova documental que comprove o exercício pleno da fiscalização do sistema. Por sinal que há no momento mais complicações com a redução do número de usuários para evitar a disseminação do vírus.