Não têm sido poucas as situações limite na relação intrapoderes no Brasil: agora temos outra, na decisão do presidente Bolsonaro de não depor no inquérito da tentativa de interferência no comando da PF. Até aqui os confrontos do gênero têm sido enfrentados dentro de padrões institucionais. Esse processo já tem um voto - o do ex-ministro Celso de Mello, no sentido de que o testemunho presidencial seja presencial e não por escrito. Cabe no caso do ministro Alexandre de Moraes a esperada palavra final sobre a pretensão de Bolsonaro, que afinal indicará o estado de higidez de nossa democracia. No mais, instituições funcionam: o Tribunal de Contas da União ameaça o governo por não definir a meta fiscal e advertiu que a proposta flexível em trâmite no Congresso contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição.

Alaranjou

Apesar de aparecermos no mapa nacional como uma referência isolada no sul-sudeste como província com queda de casos, não é o clima atual da situação. Houve escalada em Curitiba e a bandeira agora é laranja, mas suavizada nas proibições. Não termos segundo turno evita suspeições como a de São Paulo, com salto de 22% nas internações, e que Doria, governador, transfere a análise do tema para segunda-feira, pós eleição, e por isso gera suspeita. Parece, de um modo geral, que a escalada se dá em nível nacional, uns nela vendo segunda onda ou um caso de "repique", como diz o ministro Pazuelo, da Saúde. Há casos de taxas de ocupação de UTIs do SUS em 94%, como no Rio. O público aparece como vilão das situações vividas pela postura adotada de subestimar a pandemia, apesar dos alertas de que a taxa de transmissão da patologia aqui no Paraná seja de 1,28, o que significa que cada grupo de 100 transmite o vírus para outros 128.

Desemprego

Animado com os números da empregabilidade em outubro (as 395 mil vagas geradas), o ministro Paulo Guedes precipitou um juízo de valor de que zeraríamos o desemprego até o fim do ano. Ora, estamos num recorde com 14,6% de desemprego, o que implica em mais de 14 milhões de atingidos, o maior índice desde 2015.

Sonho e pesadelo

Guaratuba continua sonhando com a ponte sobre a baia, aspiração que Anibelli incluiu nas disposições transitórias da Constituição estadual. A obra tem sido incluída em todos estudos mais recentes, a despeito de advertência de que o tráfego pesado destruirá a malha urbana. Enquanto a aspiração não chega temos a compensação de nova licitação para os ferry boats.

Pedágio

A Agepar, agência reguladora, cancelou o reajuste de tarifas das concessionárias Viapar, Econorte e Rodonorte. Tivemos, em decorrência da Lava Jato, queda de tarifas e devolução de dinheiro por ajustes de leniência.

Folclore

"Nada fiz, nada deixo, assinado Pedro Aleixo". Maldosa quadrinha com o civil esnobado no regime militar.