A atitude do prefeito carioca de olhar a pandemia como se já tivesse encerrado seu ciclo ao voltar a falar não apenas em carnaval como também nas festas de fim de ano e no sambódromo lotado recebe um tratamento que não é o da gradualidade na volta do público aos estádios de futebol e que configura as cautelas que ainda precisam ser tomadas. Há sempre o risco de reversão em qualquer ordenamento flexibilizatório. No Paraná, no final de semana tivemos 1.752 casos e já acumulando 39 mil mortos na condição de uma das quatro unidades federativas mais agredidas. É claro que a média móvel de óbitos caiu com 237 havidos entre sábado e domingo no Brasil, da mesma forma que tivemos mais 9.170 infecções em 24 horas. É verdade que as melhoras estatísticas se davam junto com o avanço da vacinação. O fato é que não há razão para achar ridículo carnaval com afastamento, enquanto não tivermos elementos mais precisos e de natureza sanitária.

É possível, por exemplo, que o comparecimento de apenas metade dos concorrentes aos concursos da Polícia Civil aqui tenha se dado ainda pelo temor das condições criadas pelo grande número de candidatos e num momento em que a questão do emprego é tão prioritária quanto as medidas de prevenção sanitária. O prefeito Paes faz até exercício de humor lembrando como incompatível o afastamento na celebração carnavalesca. De qualquer forma não há como afirmar que o pior já passou.

Agepar

A agência criada para sustentar modelos de privatização, a Agepar, não passou por média nas experiências dolosas detectadas pela Lava Jato. Cometeu erros junto com o governo, diante do qual é teoricamente independente. Teve boas intervenções na questão da tarifa da Sanepar e agora institui consulta pública para indicar a metodologia dos reajustes. É que a situação de anomalia, a prática de racionamento, deve ser levada em conta. Por sinal que as últimas chuvas melhoraram as condições das barragens na Grande Curitiba, mas não compensam a crise havida em setembro que obrigou a empresa a tirar água da bacia do Rio Verde para suprir deficiências do Passaúna.

Mais operadoras

Aos poucos revela-se que a deformação das práticas do "kit Covid" não se limitaram a Prevent Senior, pois a quarta maior do país, a Hapvida, sediada no Ceará, teria praticado refinada cobertura na prescrição dos remédios ineficazes e a pressão sobre o corpo médico incluía bullying em grupos de WhatsApp e blitz em corredores de hospitais. O cerco foi de tal ordem que deputados bolsonaristas tentaram leis no Rio de Janeiro e Minas Gerais autorizando o "kit Covid" da Prevent Senior nos estados. No Rio, a proposta foi barrada e em Minas está parada em sua tramitação.

Na pandemia presos tiveram água limitada e receita do "kit Covid". Há um ordenamento aparente de verticalidade na promoção da hidroxicloroquina ofertada gratuitamente aos pacientes.

Empenho

Empenha-se o TSE em dar respostas às pregações de Bolsonaro sobre a limpidez eleitoral, que além de reforço na transparência abre o código-fonte das urnas. Informações seguidas, inclusive a da presença de militares nos comitês, são respostas frequentes a ataques e a insistência no voto impresso.

Expectativa

O Paraná espera atrair mais de R$ 54 bilhões em investimentos decorrentes da Expo Dubai. É o pensamento da iniciativa privada e de certa forma também o do governo sobre tais efeitos na importante participação.

Folclore

O varejo das farmácias cresceu excepcionalmente 18% no primeiro semestre sob o impulso da operação delivery e e-commerce e oferta de serviços como o dos testes rápidos. Crescimento de bilhões (R$ 32,5) em função da pandemia, segundo levantamento da Abrafarma.