Guerra fiscal
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 07 de agosto de 2020
Luiz Geraldo Mazza
De sonho a pesadelo, a guerra fiscal ainda persiste a despeito de todos os seus efeitos negativos. A Renault, que dela se valeu para aqui se implantar, se viu obrigada pela conjuntura desfavorável a esquematizar um programa de demissões. Mal iniciado o processo, a liderança metalúrgica, junto com políticos, acionou uma bandeira: a do corte de incentivos fiscais, uma forma de mostrar que o governo também quer se sair bem da adversidade. A justiça obrigou a montadora reintegrar os 747 trabalhadores que demitira e ela, obviamente, recorre da decisão judicial porque a crise é global.
O suspiro estatístico de junho, com os 8,9%, se deve essencialmente ao segmento montadoras, o que não implica em redução da crise com tantos meses acumulados em depressão.
Única saída
A única saída para o pessoal da Lava Jato é a resistência, a manutenção dos processos e a prova de que está viva, posto que seja visível o seu desgaste comandado pela classe política, a que não vive sem alguma taxa de corrupção. Importante também manter sob vigilância a PGR e seu chefe, Augusto Aras, através dos mecanismos corporativos. Decisões como a que suspende o procedimento contra José Serra têm que ser encaradas como a outra, aquela que admitiu a cessão dos arquivos, derrubada pelo ministro Edson Fachin e que não deixa de ser um alento para um momento tão negativo.
Mutirão
O Tribunal Regional Eleitoral está firmando parceria com universitários para garantir mesários para o pleito de daqui a pouco mais de três meses. Baixas nos quadros se deram em função da pandemia. Para incentivar a adesão o TRE oferece certificado de 30 a 60 horas extracurriculares para alunos das universidades conveniadas que se inscreverem. 18 universidades firmaram convênio com o Tribunal.
Liberação
Embora o próprio ministro interino da Saúde acredite que em setembro o quadro da pandemia estará melhor resolvido, o afrouxamento das regras de distanciamento é o tom do momento: acredita-se que uma em cada três pessoas já foi às compras e fez visitas, São Paulo liberou bares e restaurantes até as 22 horas, no Rio de Janeiro em breve estará liberada a visita turística ao Pão de Açúcar e ao Corcovado. Isso em meio a 2.862.761 casos de infecção e de 97.418 mortes, tudo dependendo da classificação cromática.
Pesquisa
Em andamento entre pais e professores uma pesquisa sobre a volta às aulas, mas capta-se a resistência inclusive nos sindicatos, como se dará aqui no Paraná.
Folclore
Uma das maiores preocupações relativas ao cuidado com os depósitos de nitrato de amônio nos portos de Santos e Paranaguá tem toda razão de ser ante o ocorrido no Líbano. Paranaguá, por exemplo, teve a explosão do silão e nos anos quarenta um incêndio devastador na área da madeira, que durou mais de uma semana para ser combatido.