Folia cancelada
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quinta-feira, 25 de novembro de 2021
Luiz Geraldo Mazza
A diretriz da OMS é rigorosa no sentido de evitar o carnaval pelo risco de retomada da pandemia. Admite-se, por exemplo; que a Europa venha a ter mais de 700 mil mortes pela Covid até março. No Rio o clima é como se tudo tivesse acabado e liberado a festa, no Paraná cerca de 40 municípios a vetaram e o mesmo de deu em 56 cidades paulistas. Há incerteza em Salvador, Recife e Olinda, mas Porto Seguro confirmou o tríduo e dividiu o circuito de blocos e ranchos para descentralizar a festa. Oscilações em número de casos e queda móvel de mortes: entre segunda e terça houve 398 mortes, portanto em ascensão, e 19.842 infecções, Curitiba com 3 óbitos e 47 casos, em discreta alta. Foi mantido o casamento coletivo com 322 casais inscritos.
RECADOS
Se o Judiciário dá recados ao Executivo com o processamento dos casos de fake news, o Legislativo manda um pesado para a Corte com projeto em curso para antecipar a aposentadoria dos ministros. A propósito o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, possível candidato do PSD à sucessão, afirma que a medida não prospera. Tudo isso é da intensa troca de acusações sobre transbordo de poderes. Amainou a guerra contra o presidente Bolsonaro na Comissão de Constituição e Justiça, exercida por Davi Alcolumbre, com a sabatina de André Mendonça, há tanto tempo retrancada e indicada para a próxima semana.
EMERGÊNCIA
A Defesa Civil reconhece situação de emergência em 11 cidades da Região Sul, cinco delas no Paraná, predominando no litoral com vendavais de 62 km/hr e granizo. Como sempre casas destelhadas e desabrigados.
NATAL
Curitiba aposta no turismo decorrente do Natal e fim de ano. Semana que vem o comércio funciona até mais tarde. Destaque dos eventos os balões no Jardim Botânico e celebrações na Praça Santos Andrade. E isso se dá quando a capital paranaense recebe o título de melhor gestão pública. Dos eventos curitibanos os de fim de ano integram o calendário turístico nacional.
MÃE E FILHO
A senadora Eliane Nogueira, suplente do filho, Ciro, ora na Casa Civil, utilizou R$ 46,9 mil de cota parlamentar para pagar combustível de avião. Notas fiscais coincidem com locais em que Ciro Nogueira esteve. Mãe e filho não comentaram as despesas.
SILÊNCIO MACABRO
O recente episódio em Salgueiro, na região metropolitana do Rio, nove mortos e enterrados no manguezal, mostra que a polícia daquele estado não informa 46% das suas ações ao Ministério Público, apesar da obrigatoriedade de fazê-lo em ordenamento do STF. E dá para lembrar que recentemente a polícia carioca ficou sob intervenção federal do Exército e forte operação contra o narcotráfico que deu escassos resultados. Só houve 54,25% de comunicações em operações policiais entre junho e novembro do ano passado. A matéria era abordada no STF e discute-se se haverá ou não a criação de um Observatório Judicial, feita pelo ministro Edson Fachin.
CHATICE REPETITIVA
O documento da Universidade Federal, feito por especialistas na área de transporte é mais um instrumento forte e consistente para mostrar que de 855 km apenas 430 km foram duplicados pelos executores do Plano de Integração e todos recordam que as deformações se deram a partir do corte linear de 50% nas tarifas, adotado por Lerner para ganhar a eleição que disputava com Requião. Agora resta saber se adianta chorar o leite derramado porque todas essas questões ficaram o tempo todo em demanda judicial. O governo falhou e com ele a Agepar e se o fato se der outra vez não será um espanto. O Tribunal de Contas não quer saber das mesmas consorciadas no processo. O governo promete em nota vigorosa, através do DER, em conjunto com a Procuradoria-Geral do Estado e demais órgãos de controle, agir para que as concessionárias cumpram todas as obrigações previstas em contrato. O pior está por vir na transição. Pelo jeito a próxima eleição terá como tema principal, outra vez, a chatice dos pedágios.

