Enquanto vazamentos se tornam comuns no Judiciário, como deu para perceber na Lava Jato, na Polícia Federal são possíveis, mas raros. A questão das "rachadinhas" contra Flavio Bolsonaro, que poderá ser esclarecida numa acareação com o denunciante, seu suplente na cadeira senatorial, é a evidência de uma exceção. Na terça e na quarta feira a rotina da PF mostrou em duas operações -a primeira com 216 mandados de busca e apreensão em 11 estados sobre tráfico de drogas, a segunda em 8 unidades sobre tráfico de armas - que essas ações não admitem a hipótese de vazamentos. É justamente pela frequência de atuação que se afasta a hipótese do desvio de conduta. E também se percebe que na corporação há seus fundamentos deontológicos que impedem a anomalia que estaria sempre vista como quase impossível em favor do rigor de suas investigações.

O peso do Estado

Como não é fácil promover privatizações no governo federal, como se está percebendo, em que pese a proclamada doutrina do ministro Paulo Guedes e a ausência de um plano, pois a questão não passou da fase de estudos, também no governo estadual ela é ainda mais precária. Dá para percebê-lo com Ratinho Junior, que tanto prometeu o remédio na lipoaspiração do Estado e até agora nada aconteceu, embora as vagas promessas de chegar na Compagás e na tele da Copel, ambas com razoável quadro funcional e disposto a reagir e, no mínimo, a criar dificuldades.

No plano federal apenas 18 das 614 empresas aparecem na lista de privatização.

Reação

Manifesta a postura anti-Lava Jato do procurador geral da República, Augusto Aras, acusando a força tarefa de Curitiba de ser uma "caixa de segredo" e revela que recentemente foram descobertos 50 mil documentos invisíveis à corregedoria. Ele acusou as ações de Curitiba de aparelhamento e que sua maior preocupação é reconduzir a corporação à sua unidade. Não há debate, a República de Curitiba mal reage aos ataques, ainda que contabilizando em seu favor a sequência de investigações e condenações.

Reitores

O novo ministro de Educação já afastou cinco integrantes da equipe anterior e da ala ideológica e pelo jeito está disposto a colocar em discussão, o que dá para prever um enorme agito, o sistema de escolha de reitores, um dos tabus do país. E tanto que houve reação clara quando se tentou uma saída de emergência em função da pandemia. A unidade em torno do assunto foi de novo afirmada. O ponto de vista do presidente é o de não conceder espaço para listas tríplices, como fez na designação de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República.

Variáveis

Jandaia do Sul, sensibilizada com a terceira morte pela Covid-19, está usando drones para impedir ajuntamento de pessoas, e Arapongas (30 mortes até agora) parte para o "lockdown" na sexta feira.

Folclore

No tempo da dobradinha Brizola-Jaime Lerner no PDT tentava-se ver aproximação de estilos entre os dois e o ex-prefeito e ex-governador saiu-se, modestamente, com uma definição: "o gaúcho é um carismático e eu não passo de um cara asmático".