É cada vez mais nítido que o entendimento do ministro Tarcísio de Freitas com o Paraná no caso do pedágio será difícil face a posição de consenso tanto do governador como de seus parlamentares relativamente ao tema. A bancada estadual tem agora o apoio do presidente da Casa com tendência à unanimidade. O ministro da Infraestrutura defendeu o modelo híbrido, com o qual teríamos tarifas 35% a 70% mais baratas e queda de até 17% no leilão.

O Paraná é pós-graduado no tema que chegou a decidir uma eleição quando Lerner fez um corte linear de 50% na tarifa, deixando Requião entregue à pregação do "baixa ou acaba", e depois tudo foi corrigido pela justiça com os degraus tarifários e de lá para cá continuamos apanhando das concessionárias, que acabaram caindo nas rédeas da Lava Jato. O peso dos argumentos técnicos é decisivo na pendência, ainda mais se a proposta federal vier com as características e amarras de um modelo.

Recuo discreto

Passamos da bandeira vermelha para a laranja depois de 23 dias de quase lockdown. Houve até agora discreta melhora aparente com a queda, por exemplo, de testes positivos de Covid, de 48% para 28% ou da média de mortes recuando três dias. A duração foi maior do que a utilizada na França, que abrangeu três semanas e voltada para um espaço menor. Em cada lugar um susto, como o de Londrina, que na semana passada bateu o registro de mil mortes e aí entra o alerta da Universidade de Washington com uma previsão superior a 560 mil óbitos até junho no Brasil. Os norte-americanos têm o que celebrar, como 4 milhões de imunização num só dia. Nossa deficiência, entre outras coisas, está no suprimento irregular e descoordenado das vacinas.

Polêmica

Mais uma polêmica no STF, que discute na semana a liberação dos cultos com voto a favor de Kassio Nunes Marques e contra de Gilmar Mendes. É a questão do peso das medidas para evitar a transmissão do vírus. A liberação contraria prefeitos, governadores e boa parte dos ministros do STF. A autoridade religiosa, Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, recomendou que as celebrações fossem sem público, como se deu nos rituais do Papa no Vaticano.

Auxílio

A partir de hoje sai o auxílio emergencial, com aguda redução de público e das parcelas, o equivalente a 15% do pago em 2020. A assistência, que vem num pacote de medidas de ajuste fiscal para crises futuras, terá um custo máximo de R$ 44 bilhões. No ano passado houve autorização de R$ 322 bilhões, dos quais foram efetivamente gastos R$ 293 bi. Em tudo o que se vê é o Brasil descendo a ladeira.

Folclore

O auxílio menor se dá no momento de agravamento da pandemia. No desespero em que se encontra a maioria diante da crise e do desemprego, as coisas, por mais absurdas, se compensam.