Volta e meia se estabelece debate em torno da frequência das decisões monocráticas do STF. É que em mais de 80% das situações elas guardam esse sinal, o que as torna mais discutíveis em questões ligadas à política. Em apenas um dia tivemos o habeas corpus em favor de Fabrício Queiroz e da esposa Marcia Aguiar, que estava foragida pelo presidente do STJ, João Otávio de Noronha, e a ordem do presidente do STF, Dias Toffoli, para que a Lava Jato compartilhe seus dados com a Procuradoria Geral da República, ambas as decisões de traço agudíssimo. As duas medidas foram dadas pelos que respondem pelo plantão no recesso do Judiciário. Conforme o caráter das situações elas pediriam manifestação colegiada, inviável na circunstância. É mais um fator da insegurança jurídica. A liberdade extensiva à foragida foi muito discutida até na condição de atender o marido doente.

Sonho/pesadelo

Saiu o edital para o projeto de construção da ponte sobre a baia de Guaratuba, que constava de obrigação do texto constitucional, matéria discutível por seu custo e consequências como a de, com o transporte pesado, detonar seus fundamentos urbanos de rua e estrada. Estava por obra do deputado Antonio Anibelli, pai do atual parlamentar, nas disposições transitórias da Carta, sonho em meio à pandemia para o que vier depois, já que no momento a travessia atual é pesadelo com a frágil ação dos ferryboats e a estrada saturada.

Dando e recebendo

Por pressão do centrão, fundamento maior da base aliada, os R$ 13,8 bilhões serão partilhados. Com essa via o governo pretende encarar o desafio das reformas.

Mercado vivo

Alguns sinais de melhora, discretíssima, pelo IBGE, e uma indicação relevante na subida do IPCA em 0,26% por causa dos combustíveis em junho e isso depois de dois meses agregados de deflação.

Indecisão

Estava marcada para ontem a possível revisão da rigidez da quarentena pelo governador Ratinho Junior. Curitiba encarava 2 mil casos em uma semana e Rafael Greca anunciava mais 20 leitos e duas UTIs. O protesto no interior pela flexibilização é cada vez mais forte. Falava-se na volta das aulas no dia 28, mas o governador acha impossível antes de setembro.

Folclore

Está difícil raciocinar e tomar decisões no Brasil com o quadro mórbido de quase 70 mil mortos e perto de 2 milhões de casos da Covid-19, um teatro de guerra, e entre suas heranças teremos a necessidade imperiosa de novo modelo de transporte, cujas empresas estimam déficit de R$ 9 bilhões em meio a quebradeira.