Da euforia à contenção

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, promulgou a reforma previdenciária, cujo arranque foi dado pelo presidente da Câmara Federal , Rodrigo Maia. Mas no mesmo dia teve que encarar a pressão de 43 senadores em favor da PEC do senador Oriovisto Guimarães pela manutenção da prisão pós segunda instância e rebateu, certamente escorado na preocupação em não confrontar o STF, com a tese de uma nova Constituinte. Essa resistência vai ter resposta pesada: a maioria dos senadores, 53% do total, promete obstrução parlamentar se não for votado o projeto até a semana que vem, enquanto o presidente tenta, ouvidas as lideranças, uma saída de consenso.

Na Câmara já tramita um texto (deputado Alex Manente, Cidadania-SP) para definir o que é trânsito em julgado, afinal não é cláusula pétrea no seu entender. Seria acoplado à PEC do senador paranaense. A presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet, MDB-MS, já indicou que pautará a PEC para dia 20, se Alcolumbre não ceder à pressão da maioria nessa semana. .

Contra fogos

Em Curitiba já houve tentativas para disciplinar o uso de fogos de artifício e também nas principais cidades paranaenses como Londrina e Maringá. Entre os motivos alegados está o de que os de estampido fazem mal aos cães. Como vivemos um tempo em que há mais pet-shop que maternidade, o argumento pesa.

Sem sutileza

O instinto se sobrepondo ao pensamento e à reflexão é a linha política de hoje: presidente Bolsonaro teria investido no DPVAT porque seu adversário Luciano Bivar tem empresa ligada ao seguro. Já Bivar, de seu lado, deflagrou ofensiva ao antigo aliado, suspendendo, dentre eles, Eduardo Bolsonaro e mais 18 deputados. O radicalismo é geral, mas também localizado no oficialismo. O senador Flavio Bolsonaro se desfiliou do PSL anteontem.

Efeitos no Brics

Alinhamento incondicional aos americanos gera problemas nos Brics, que terá reunião de cúpula em Brasília, por suas consequências na apreciação de temas como palestinos, unilateralismo e Irã. Nem a recente incursão do presidente ao exterior amaina a questão.

Negritude

Reações têm impedido, regionalmente, o dia da consciência negra no Paraná, mas tudo foi largamente compensado com vários eventos voltados para o tema. Nestes dias até domingo teremos shows, oficinas, feira literária no Setor Histórico voltadas à celebração. Uma rota turística também voltada à questão se imporá.

MP atento

O Ministério Público estadual deu a dura no legislativo para que depurassem as normas no uso de verbas de ressarcimento. Um dos destaques do novo sistema está na não exigência de notas fiscais. A flexibilização, que contesta o sentido do que pretendia o MP, vai obrigá-lo a botar uma lupa na observação das contas.

Fatiada

O comando das centrais sindicais acompanha atentamente a MP para emprego de jovens que, ao ver de especialistas, é uma reforma trabalhista (essas mais profundas que as da Liberdade Econômica) em capítulos, fatiada. Urge atenção para que não vire uma pizza patronal.

Creches

Também em Curitiba foi dado alarme contra fechamento de unidades de atendimento a crianças e jovens. Urge ampliar (mesmo que racionalizando os centros educacionais com instalações ociosas) o atendimento para que não cheguemos ao "olho do furacão", São Paulo, que tem 65 mil bebês de até dois anos esperando vaga em creches.

Reformismo

Reforma não é revolução, e o que se pretende no Chile, agora através de greve geral, é o aprofundamento das reformas na questão das pensões e aumento do orçamento para a saúde. Bem maior que as nossas manifestações de 2013, mas suficientes para mostrar que a economia e o Estado, aparentemente bem, conflitam com a situação geral do povo e um dos fundamentos está na previdência reformada por Pinochet. A nossa já está valendo.

Folclore

A estrada para São Paulo nos anos quarenta era a da Ribeira. E foi lá naquele centro urbano na divisa entre os estados que o major Couto Pereira queria recepcionar o juiz paulista do Atletiba e se espantou ao verificar que o coronel Manoel Aranha, presidente rubro-negro, viajava junto com o árbitro.