Prefeitos anunciam o início da vacinação no dia 20 em comum acordo com o Ministério da Saúde, mas a situação persiste obscura para os estados. É a consequência da corrida, mais política do que técnica, que esgarça o tecido da federação. Como imaginar uma logística a sustentar um mínimo de ordenamento no cenário é a questão. De outro lado, o sentido do coletivo perde espaço com a tal complementariedade da ação de empresas privadas no negócio das imunizações.

Minimalismo

Numa democracia bem estruturada, o peso de quem perde uma eleição, como se deu nos EUA, o direito da minoria, tem mais peso até porque não se trata de minoria, mas de pouco menos da metade do eleitorado. É um dos trunfos do trumpismo, já visto com um valor que transcende a um corpo meramente partidário e com sentido confessional e fanático. Oposição com extremo limite é a do Paraná, visível num debate como esse dos colégios cívico-militares com forte traço ideológico e que normalmente levaria a choque de doutrinas entre teóricos da área, didatas e pedagogos. Prevalece, apesar da extrema fragilidade, o sagrado direito das minorias, tão invocado nessas condições.

Já no quadro americano persiste, mormente com a continuidade do impeachment, em favor de Trump a aura do martírio, como tivemos aqui no Brasil com o suicídio de Vargas, fator que agregará os fanáticos, como vimos na invasão do Capitólio. Aqui nem aquelas invasões das galerias do legislativo acontece.

Incidentes

O PIB da Alemanha caiu 5% em 2020, maior queda desde 2009. Consequência da pandemia e da retração de negócios. No Brasil, conforme pesquisa da Boa Vista, falências cresceram 12,7%, e no que diz respeito às indústrias houve crescimento em 10 das 15 pesquisadas e tivemos o impacto do fechamento da Ford, embora uma questão menor, como a lipoaspiração do Banco do Brasil tenha levado Bolsonaro a querer demitir André Brandão, defendido por Guedes. Outro incidente de percurso está na queda de 20,07% do vestiba.

Alarme

A notícia do início da vacinação, conquanto tumultuário, não reduz a seriedade da situação como a de caos em Manaus com escassez até de oxigênio e a autoridade se vendo obrigada a usar um avião para deslocar pacientes à rede hospitalar de Goiânia, exaustão em Belo Horizonte e alerta grave em São Paulo, com aumento de 19% de hospitalizações nas últimas duas semanas. Em Curitiba, 802 casos e 15 óbitos. No país 206.009 mortes (com 1.283 entre terça e quarta) e 8,25 milhões de casos (61.966 de novas infecções em 24 horas).

Folclore

Festas de fim de ano levaram à alta de mortes e internações no Brasil, mas os festeiros achavam que estavam numa boa, eram felizes e sabiam dos riscos.