Londrina está na série A do turismo brasileiro junto com Curitiba e Foz do Iguaçu, por decisão de órgãos nacionais em suas boas condições de hospitalidade. Como a capital, ela explora mais o turismo de negócios e por isso se torna relevante o debate em torno da necessidade de um centro de convenções para eventos. Já Foz, que registrou um milhão de turistas para ver as cataratas, desfruta de outra condição e de um dos maiores centros de atração do país. A vocação de Londrina fica bem firmada quando das feiras agropecuárias, mas exibe espaço também para ações culturais como as dos festivais de música e teatro, ambos de expressão nacional, em que se posta como centro de primeira grandeza.

Urge que as demais cidades polarizadas por Londrina desenvolvam projetos específicos, no setor público e privado, para explorar esse tipo mais sofisticado de migração.

Mobilidade

A mobilidade urbana está duramente afetada pela uberização. Calcula-se que haja 30 mil unidades em Curitiba e já se percebeu que as locadoras - Localiza, Unidas e Movida - faturam mais com vendas (muitas para os aplicativos) do que com aluguel. Concessionárias (que operam mais com seminovos) reclamam que as locadoras entram em concorrência com preços mais baixos ao contarem com descontos. De outro lado as bicicletas Grow deixaram de circular e os patinetes permanecem apenas em São Paulo, Rio e Curitiba. No meio da semana tivemos o informe das perdas em alta escala do sistema de transporte coletivo, isso em função da tarifa alta, em Curitiba. É a erosão de um modelo exaltado em níveis nacional e internacional.

Longo prazo

Relatório do Fórum Econômico Mundial mostra que o Brasil é o 60º entre 82 países em mobilidade social e que um brasileiro nascido no patamar mais baixo levaria nove gerações para chegar à renda média. Tudo aqui é a longo prazo, vide a fila de pedidos no INSS. O pior é quando se nota que o longo prazo é sinônimo da eternidade.

Marcha continua

Lava Jato deixa suas marcas no Paraná com a condenação do Chefe de Gabinete de Beto Richa, Deonilson Roldo, a 10 anos e cinco meses em regime fechado, e o operador financeiro Jorge Atherino a 4 anos e 9 meses em regime semiaberto. Mais quatro da Odebrecht foram sentenciados na operação "Piloto". Corrupção passiva e fraude à licitação entre os delitos punidos. Celebramos aqui ao menos os ganhos na questão tarifária das pedagiadas. Só a Justiça atendeu as promessas inócuas de Requião.

Garantias

O ministro Luiz Fux suspendeu anteontem a implantação do juiz das garantias. Sergio Moro elogiou e Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, entende que o Congresso foi desrespeitado. Nos bastidores, especialmente nas associações de magistrados, a maioria aprova enquanto advogados condenam. É o contraditório funcionando.

Melhora

Situação do Brasil em Davos melhorou com sinalizações positivas de investidores, conquanto persistam as críticas à questão ambiental da Amazônia, mesmo com o propalado combate às derrubadas e incêndios pela nova Comissão criada e lá atrás tentada por Dilma Rousseff.

Ainda o BNDES

A bronca agora não é a caixa preta do BNDES, mas o fato de ter despendido R$ 48 milhões na auditoria recente, aberta por Michel Temer. O ex-presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, critica o gasto e alega que a auditoria sobre as empresas JBS, Bertin e Eldorado, iniciada por ele, seria de aproximadamente R$ 12 milhões.

Agora um irmão

Um irmão de Bolsonaro, o comerciante Renato, tem atuado como mediador de prefeitos paulistas (isso também havia no começo do governo Lula) interessados em verbas federais e teria viabilizado a liberação de R$ 110 milhões na maioria dos municípios litorâneos onde moram familiares do presidente. Renato não tem cargo público e nega receber vantagens. Filhos e irmãos de Lula foram vigiados e agora se dá com Bolsonaro, não escapando uma grana em favor da primeira dama.

Folclore

Parenteralismo é uma das deformações mais frequentes da política brasileira. Quando decidiu em 1951 criar o Centro Cívico, Bento Munhoz da Rocha reuniu familiares dele e dos Camargo, de sua esposa, para anunciar o fato e avisar que não admitiria que alguém tentasse tirar uma vantagem em torno da obra do mais alto porte.