Vivemos um momento excepcional de resistência natural a preconceitos. O maior deles no caso do racismo e posto em destaque nas olimpíadas, como de resto se tornou rotineiro nos jogos de futebol. Foi, no entanto, na CPI do Senado que ficou exposto o machismo na corporação, o que levou a um engajamento das senadoras, em tom fortíssimo, com direito à participação nos debates, sendo que algumas delas, como Simone Tebet, viraram referenciais. Um levantamento demonstrou que elas ficam de fora de 2 a cada 3 CPIs na Câmara Alta. Elas figuraram como titulares em apenas 32% das comissões instaladas desde 1946, época em que passaram a funcionar de forma efetiva, após o naufrágio do Estado Novo de Getúlio Vargas. Tivemos então 68 CPIs instaladas, com a presença das senadoras em 22 delas.

Há atualmente 11 senadoras, que representam 13,5% da Casa, muito distante de expressar a proporção feminina na população (52%), fruto de uma deformação histórica que iniciativas como a das cotas ficaram longe de resolver o problema. Por aí se percebe que é preciso incluir essa deficiência na linha de combate, transformá-la em prioridade, o que também decorre do baixo nível de participação da mulher na política. No Paraná, quando da redemocratização pós Estado Novo, tivemos apenas uma deputada estadual, a advogada Rosi Pinheiro Lima, e essa deficiência se expressa também no número de vereadoras e prefeitas.

Vovô e vovó

Outra questão seguidamente levantada é a dos idosos e do seu nível de participação, como também o de assistência. Surpreende de maneira positiva a afirmação de que no caso paranaense as avós e os avôs representariam em termos de renda mais de R$ 100 bilhões anuais no Paraná. Nem sempre essa faixa etária é expressa por aposentados e gente fora do mercado e das faixas tidas como produtivas. A melhora de níveis de expectativa de vida, constatadas ao longo das pesquisas domiciliares do IBGE, dão força a essa presença num momento em que se celebra o culto a essas figuras dignas de exaltação.

Abusados

O deputado federal e ator Alexandre Frota tem atuado numa força-tarefa em São Paulo contra festas e baladas clandestinas há mais de cinco meses. Após entrar na política na via bolsonarista e depois com ele romper para aderir ao governador João Doria, decidiu fazer o papel de xerife dessas baladas enrustidas. Há coisas surpreendentes como uma balada clandestina em Santo Amaro com cerca de 1.500 pessoas com entradas ao custo de R$ 2.000 para homens e R$ 1.300 para mulheres, com camarotes de R$ 12 mil a R$ 18 mil. Conforme o diretor do Procon paulista, Fernando Capez, o órgão já aplicou perto de R$ 6 milhões em multas, uma vez que os locais flagrados violam o dever de garantir saúde e segurança dos consumidores. Aqui no Paraná recentemente houve 300 presos em duas festas em São José dos Pinhais.

Armas

Sob o estímulo presidencial, São Paulo e mais 8 unidades federativas dobraram o registro de armas, apesar de um plebiscito, feito há poucos anos, ter estabelecido nacionalmente a regra do desarmamento. Mais um dissenso oposto a um consenso.

Front

Desde fevereiro é menor o número de mortes pela Covid em Curitiba. É uma tendência natural que com o crescimento da imunização as taxas caiam. Até sábado na capital haviam sido vacinados 998.257. Nesta semana recebeu 650 mil.

Balões

A despeito do risco que representam para a segurança e que obrigam por exemplo a montagem de equipes de combate especializado em refinarias, portos e aeroportos, os balões juninos gigantes continuam perturbando e tanto que um deles, de duzentos metros, caiu no Boqueirão e provocou corte de energia em mais de quatrocentas residências. Verdadeiras expedições são montadas pelos infratores e que agem de forma oculta em verdadeiros polos artesanais para montagem dos artefatos.

Consumo

A intenção de consumo cresceu 2% em julho, segunda alta consecutiva. O indicador chegou a 68,4 e esse resultado fica 3,5% acima do mesmo período do ano passado. Breque a esse propósito é o nível elevado das dívidas familiares.