Depois das celebrações sobre a reforma tributária há algum ceticismo de que venha a ter efeitos tão abrangentes em nossa economia. Ocorre que os agentes da operação bastante condicionados por um sistema ao longo do tempo e a expectativa gerada pelas votações no parlamento, cujos números sugerem uma certeza de que agora a coisa vai, teremos o inevitável ajuste às novas funções . Haja readaptação, pois toda reforma, não apenas nominal, o exige. O debate em si não teve a profundidade para clarear o multifacetado tema e apenas o lado meramente político teve a sua expressão com o louvor a Arthur Lira e a derrota a Bolsonaro. Confiemos até porque não há outra alternativa.

O texto

Na reforma fundem-se três tributos federais - PIS, Cofins e IPI - ao estadual ICMS e ao municipal ISS gerando o IVA, imposto sobre valor agregado, já usado em 174 países. Reduz-se a burocracia para empresas e isso atrai investimento internacional. A alíquota é parte gerida pelo governo federal e parte pelos estados. Haverá outro tributo sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ambiente. Implementação gradual começa em 2026 e será concluída em 2033, tempo suficiente para a necessária regulamentação e instruções indispensáveis. Para quem esperou trinta anos, é refresco. No intervalo, pode-se fazer um esforço de produtividade com o sistema a ser abolido para dele despedir-se com senso de esportividade.

Direita

Especulou-se que a direita rachou no desencontro entre Bolsonaro e Tarcísio. Mas isso é normal como deslocamento ao centro. A direita continua forte por não depender até de Bolsonaro que não tem uma doutrina para apresentar e representar um tipo de agregado que joga basicamente com os instintos com o radicalismo - milícias digitais e os violentos que puxam o revólver pra cultura. Demonstração massiva desse entranhado instinto está visível no ataque aos três poderes é uma típica crítica aos militares que não os acompanharam, logo eles que sofreram meses acampados à frente dos quartéis.

Não há uma nova esquerda, mas a direita carece de dimensão intelectual como teve com Plínio Salgado nas aventuras do integralismo que só podia ter se desenvolvido num tempo de ditaduras como as de Portugal e Espanha e - por que não - a do Brasil com Getúlio Vargas.

A direita é uma consequência mundial para checar o esquerdismo diluído por uma soma de liberalismo e socialismo corporativo como temos tido, ainda que respingado com um pouco do terror venezuelano e nicaraguense que Lula estimula abertamente pelo relativismo das democracias.

Empolgadíssimo

No meio da votação da reforma, algo de especial para animar a sua liderança em Artur Lira: o ministro Gilmar Mendes do STF o liberou daquela história encrencada dos kits de robótica.