Se há algo que se transformou em axioma é a resistência à austeridade pela classe política, daí a euforia com os desgastes da Lava Jato. Exemplo disso está à nossa vista na recriação de licença-prêmio para o Ministério Público e em transas no Congresso pela mudança da Lei de Improbidade Administrativa e que beneficiaria entre outros o presidente da Câmara, Arthur Lira, condenado em duas ações na justiça alagoana. Isso será visto de forma explosiva no debate da Reforma Administrativa que se inicia, no caso dos servidores públicos, pelo reconhecimento do direito adquirido e que só daqui para a frente teriam validade.

Austeridade dissimulada é a regra mais constante e vista como das mais reacionárias. Por isso cada vez é maior os que festejam o enterro da Lava Jato.

No vermelho

Volátil a questão da posição dos estados no mapa da pandemia. Depois de várias semanas listado com o amarelo da estabilidade, o Paraná aparece entre os estados sob bandeira vermelha indicadora da progressão de casos e mortes pela Covid. Em Curitiba houve a prorrogação da laranja por mais semanas, aceitando-se flexibilização aos domingos. Admite-se em estudo técnico que se Curitiba dispusesse de imunizantes vacinaria toda a população adulta em primeira dose em 28 dias. Esse tipo de hipótese tem alta carga de impotência ante a irregularidade no suprimento e isso num momento em que se apura em São Paulo nada menos de 19 variantes do coronavírus. Nem tudo se confirma, mas a Pfizer promete entregar na semana 2,4 milhões de doses e a Anvisa acaba de autorizar a importação da Sputinik V para sete estados na observância de cautelas técnicas. A motivação persiste: caminhamos para 500 mil mortes (ontem eram 491 mil) com 2.760 entre segunda e terça e mais 88.992 casos em 24 horas no rumo dos 18 milhões (17,5 milhões) de casos. Curitiba aparece com 24 mortes e 881 casos.

Raulzinho do trombone

Curitiba e o Paraná têm motivos especiais para lamentar a morte de Raul de Souza, que militou anos por aqui e era afetivamente chamado de "Raulzinho do trombone". Tido por quem entende como um dos maiores trombonistas do mundo, faleceu aos 86 anos na França. Desde os anos oitenta gravou com grandes nomes da MPB como Sergio Mendes, Milton Nascimento e Maria Bethânia.

Aqueceu

A ida do ex-governador do Rio Witzel à CPI gerou muito bate-boca e o grupo acolhe uma "dica" do depoente de convocar as empresas que atuam no atendimento como as do seu estado que não sofreram constrangimentos, Mais munição contra Bolsonaro e tanto que lá esteve o senador Flavio para contestar o depoente.

Folclore

Para cada manifestação contra Bolsonaro o seu grupo responderá com carreatas e motociatas de grande porte. A oposição precisa apurar muito bem o protesto programado e cercá-lo de cuidados. Se o capitão incomoda falando a grupelhos, multiplicando as falas nas redes sociais, imagine-se o efeito das concentrações.