O esforço interno contra a pandemia, visível na relação harmoniosa dos poderes no Paraná, é o anverso do que ocorre nacionalmente, onde apesar das melhoras com o novo ministro da Saúde, o desempenho da União segue precário e confuso, há muito tempo advertido pelo TCU, Tribunal de Contas da União, sobre suas responsabilidades cobradas em mensagem oficial. Agora a CPI no Senado vai acirrar esses questionamentos, apesar da alegação de Bolsonaro de que a decisão do STF sobre níveis de autonomia de estados e municípios o estaria impedindo de agir (fato contestado no documento referido do TCU). É verdade que o Executivo agora atua regularmente na partilha das vacinas e tanto que comprou mais 100 milhões de doses da Pfizer e acompanha o processamento pelo Butantan de 5 milhões de doses da Coronavac.

Ambientalismo

No momento o ambientalismo é a questão maior. Houve nas redes sociais um tuitaço pedindo a saída de Salles do Ministério do Meio Ambiente e também as pressões internas e externas contra Bolsonaro dirigidas ao presidente norte-americano sobre a Cúpula do Clima. Precedendo o encontro, a União Europeia se compromete a reduzir emissões em 55% até 2030, o que dá uma ideia da dificuldade do governo brasileiro encaminhar bem seus compromissos e com maior credibilidade ao lado de números confiáveis quanto ao desmatamento amazônico.

CPI e paralelismos

A Procuradoria Geral da República está engajadíssima na missão de fustigar estados e municípios e isso antes do início operacional da CPI e versando sobre suas falhas e que são inevitáveis ante a balbúrdia estabelecida. Há casuísmos que vão da correta aplicação dos recursos a falhas de gestão e a evidência dos fura-filas como os denunciados pela prefeita de Rio Branco do Sul, Karine Fayad, operados em clínicas particulares, a questão das doses menores em várias cidades. É visível que as respostas do governo federal serão dadas quanto ao que se discute na CPI como em áreas paralelas.

E as endemias?

Como se já não tivéssemos a gravidade da pandemia há a questão da dengue com mutirão em Londrina, a ser deflagrado hoje, no entorno do pontilhão da BR-369 sobre a rodovia Carlos João Strass contra o mosquito. A cidade tem 6.157 notificações (1.253 confirmados, 2.110 descartados). Há registro de quatro óbitos e casos de zika vírus, febre amarela e chikungunya.

Melhoras

Depois das restrições foi reaberto ontem o comércio na capital, há expectativas de que bares e casas noturnas funcionem como restaurantes nas improvisações do momento, nas agências de emprego há 3.370 vagas, a inadimplência nos alugueres caiu para 1,8% e há perspectiva de bom desempenho nas vendas no Dia das Mães, conforme pesquisa da Faciap.

Folclore

A meta dos países da União Europeia de reduzir as emissões de gases em 55% até 2030 dá uma certa medida de utopia, o que habilitaria o Brasil a indicar, nessa mesma carga, o zeramento das derrubadas e queimas na Amazônia para logo.