Contemplando a maioria das cidades de porte percebe-se que o "novo normal" já incorporou um clima de pré-Covid-19 no ritmo de trabalho. Isso teria ocorrido em 53% dos municípios, embora se notasse a pandemia em retrocesso em 43% deles. O home office teria caído de 71% para 52%. Como as taxas de infecção e óbitos persistiam e havia dúvidas na questão da volta às aulas, e tanto que a justiça em Londrina indeferiu um pleito das escolas particulares em torno das presenciais, a situação no Paraná é estável, mas não o suficiente para impedir que o secretário de Saúde insista em advertências.

1.215 óbitos anteontem no país pela doença e 46.959 casos em 24 horas contabilizam 116 mil mortes e 3,7 milhões de casos, no Paraná 3 mil mortes e 1.517 casos positivos.

Recuo

Ao perceber que o fórum sindical desencadeava pressão sobre os deputados pelas redes sociais contra votação que congela salário, promoções e progressões, o governo decidiu retirar no debate orçamentário tais disposições para reavaliação do quadro. Ocorre que a simetria com decisão equivalente da União, já decidida, é inevitável. Como as sessões legislativas são on-line, fica impossível a pressão direta. É possível que haja recuo do governo pelo reajuste escalonado de 1,5% para janeiro, como foi acordado entre as partes.

Publicano em queda

O empate de 2 a 2 na Segunda Turma do STF acatou o habeas corpus, que praticamente anula o acordo de delação da Publicano, uma derrota para o Gaeco de Londrina, até porque afetará todas as fases da operação de 110 réus, entre eles 47 fiscais da Receita Estadual. Decisão atinge a delação do ex-auditor fiscal Luiz Antonio de Souza. Quem comandou tudo foi o ministro Gilmar Mendes, relator, acompanhado por Ricardo Lewandowski, e votaram contra Edson Fachin e Carmen Lúcia. Outra decisão da Corte, da semana passada, derrubou a proibição de ensino de "ideologia de gênero" imposta por lei municipal de Londrina nas escolas municipais. O STF tem posição forte sobre o tema e preliminarmente acentua que só a União pode legislar sobre a temática educacional.

Solta demais

Pelo jeito o filtro da regulação (Agepar) não funciona relativamente à Sanepar. Em meses passados levou um puxão de orelha no peso das tarifas pelo Tribunal de Contas e agora em pleno racionamento quer 9,62% nas tarifas de água e esgoto a partir de 31 de outubro. É verdade que a Agepar sustou o reajuste anual para ser aplicado em maio face à pandemia. O assunto merece debate não apenas na Assembleia Legislativa. O valor mínimo para casas e pequenos comércios deve passar de R$ 69,79 a R$ 76,51, e isso sem garantir o suprimento de água e a integralidade da captação e processamento do esgoto.

Folclore

Além do abuso no custo das tarifas de água e esgoto, a Sanepar fatura com a existência de ar nos relógios de controle, conforte a crítica permanente dos usuários. Há ar oculto que serve para tirar a respiração do contribuinte ao ver a tarifa.