Fala-se na existência de duas alas, uma ideológica e outra militar, como lá pelos anos 60, século passado, tínhamos os fisiológicos e os autênticos. A nomenclatura já vinha na forma de torcida, maniqueísta, como se dá com a denominação de centrão, sumo da fisiologia. O pior é que se fala em ala ideológica para um grupo paradoxalmente anti-intelectual, marcado porém por atitudes fortes e provocativas, como a daquele ex-ministro de Educação que na reunião ministerial queria ver os "vagabundos" do STF na cadeia, ruído típico de torcida organizada.

Melhora

Talvez o país não esteja em restauração, como diz o presidente Bolsonaro, mas há sinais fortes nesse sentido, como apurou a Fundação Getúlio Vargas na confiança na construção civil em 3,7 pontos em outubro. O nível apurado, de zero a 200, é de 95,2 pontos, o maior valor desde março de 2014 (96,7 pontos). Bancos emprestaram R$ 367 bilhões em setembro, com alta de 2,3% entre empresas e 5,7% entre as famílias. No meio de tudo isso, o Paraná aparece como o primeiro do ranking de empregos, com 57 mil de janeiro a setembro. Aposta no consumo.

Nota ruim

Nem tudo, porém, é positivo. O Paraná saiu do mapa da estabilidade e da queda de casos da Covid-19 e aparece, há dois dias, sob a marca vermelha da alta de contaminação. De repente voltam as restrições e os conflitos intermináveis com os que desejam a flexibilização, como se dá na Europa perplexa com o avanço da pandemia.

Aposta polêmica

O Paraná pretende ser uma ilha pedagógica na montagem de 215 colégios cívico-militares, iniciativa do governo Ratinho Junior. Trata-se do maior programa do gênero no país. Não haverá como impedir a sindicalização, que provavelmente não terá as características da promovida pela APP-Sindicato, que vai transformar a volta das aulas, programada para novembro, em tema de guerra.

Vacina judicializada

O presidente Bolsonaro defende com vigor a tese de que não cabe à justiça decidir sobre vacina, mas há maioria de ministros do STF defendendo que o Estado possa obrigar o rigor da imunização. Há ainda o artigo 3º da Lei 13.970, do próprio Bolsonaro, que afirma que autoridades "poderão adotar realização compulsória de vacinação ou outras medidas profiláticas" em emergência de saúde pública.

Perdas

Auxílio emergencial não compensou a perda de rendimentos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, segundo estudo de economistas da Universidade de Pernambuco, e que se deve ao fato de essas unidades terem menor número percentual de pessoas cadastradas em programas sociais. Piauí, Paraná, Pernambuco, Paraíba, Goiás e Minas Gerais tiveram perdas na massa de rendimentos equivalente a mais da metade do que foi ganho em auxílio.