Sexta-feira (3) foi um dia intenso por destacar a nossa relevância. Mais uma vez se cogitou da nomeação de Renato Feder para o ministério da Educação e tivemos também, num momento em que se pretendia contestá-la, o revigoramento da Lava Jato, acontecimento que nos projetou nacionalmente, com o caso do Rodoanel e José Serra e sua filha em operações de lavagem de dinheiro. Isso se dá num momento de conflito interno da Procuradoria Geral da República, levado a exame de sua Corregedoria com desencontros entre a cúpula e a força-tarefa. Fizemos parte do cotidiano nacional com a Lava Jato e percebemos o esforço do colarinho branco em depreciá-la. Nunca na história brasileira se recuperou tanta grana dos propinodutos até internacionais. Outro dia o fluxo judicial mexeu com os presidentes da Câmara Federal e do Senado. No plano da luta contra a pandemia também o esforço local é posto em destaque, apesar de aqui se repetir o abre-fecha do comércio e dúvidas sobre se o decreto de Ratinho Junior tenha conexão política, quando é uma resposta técnica a um flagelo comum que pede unidade para reafirmar nossa relevância.

Jim Jones

Por incrível que pareça nosso povo, de um modo geral, a cada flexibilização, age como os seguidores de Jim Jones, tomados pela síndrome do suicídio coletivo como se viu quinta-feira (2) no Rio na liberação dos bares e restaurantes em aberta oposição aos ditames sanitários, afluindo em massa e sem respeito aos protocolos com o não uso da máscara agindo como se a tragédia houvesse terminado. Talvez o confinamento demorado seja o detonador da compulsão pela liberdade. Quando o público age dessa forma só há um meio de reeducá-lo pela aplicação da lei com a multa de infratores e até a interdição dos negócios.

O pior absurdo está na reprise desse mau comportamento que se segue à interrupção do isolamento, um impulso mórbido para a contaminação própria e a dos outros. Um festival de frases perdidas tem marcado o acontecimento, como quando o presidente falou em gripezinha e agora com o prefeito de Itabuna (BA) Fernando Gomes, anunciando que mandou fazer um decreto e no dia 9 (julho) "abre, morra quem morrer".

Racha

Vereadores apoiam o prefeito Marcelo Belinati, juntamente com a Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapanema) no pedido de revisão da nova quarentena. É o tipo de racha com relação a níveis de autonomia que a decisão do STF não clareou.

Desolação

Quem herdar o Ministério da Educação vai encontrar o país patinando para avançar na educação básica e na superior. Uma tragédia com a estagnação nas taxas de alfabetização de jovens, educação profissional e acesso à universidade. Tudo em ponto morto.

Folclore

Na briga do abre-fecha do comércio todos se julgam com razão e em lugar de transformar-se em guerra ideológica, pela inutilidade, pode virar uma briga de babuínos em que os nossos primos se agridem com as próprias fezes. É autonomia pra ninguém botar defeito.