No Brasil, o ex-presidente Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE, decisão por 5 votos a 2. Vai consultar seus advogados se recorre ou não ao STF. Nos EUA três decisões que não emplacariam no Brasil da Suprema Corte: proibição do critério racial nas universidades que fulmina a questão das cotas, interdição de obrigatoriedade das empresas de aceitarem em seus quadros os LGBT e condenação do perdão da dívida estudantil. Forçar a barra para reduzir desigualdade lá não cola em função de maioria conservadora sustentada da Corte há décadas.

Tudo possível

No Brasil tudo é possível, como o STF, antes da existência de lei e por unanimidade, legitimar a união homoafetiva, o que foi um avanço progressista, mas o normal na distância do juízo estaduninense, aqui temos condescendência com o crime das elites, como se viu na Lava Jato com a eficácia da delação sob estímulo que hoje é reprovada. Nos esteites o enquadramento do ex-presidente Trump é a coisa mais normal. Aqui engatinhamos, mas temos, além dos casos Lava Jato, situações como a do ex-presidente Collor.

Criatividade

Temos criatividade, como é o caso agora da intervenção de Haddad, ministro da Fazenda, com a meta contínua de 3% para a inflação: 12 meses corridos em lugar do ano calendário em uso há 24 anos. Não se sabe se emplaca, mas já tivemos uma que revolucionou tudo que foi a criação genial do Plano Real que mandou a inflação para o espaço com a qual já estávamos acomodados, como aquela do tempo do Sarney e tantas outras.

Inconsistência

Das inconsistências de Lula, uma das piores é a que faz sobre casos como da Venezuela e Nicarágua e olhá-las na perspectiva democrática e reduz isso numa frase, a de que o conceito de democracia é relativo. A inteligência e a ignorância também.

Na rua de novo

Semanas passadas o povo foi às ruas para contestar o plano do governo para aposentadorias na França e agora a rebelião é contra a polícia pela morte de um jovem. Três noites seguidas há manifestações, mas estamos longe daquela de 1968 que levou meses e deu a impressão que derrubaria o governo. Entre outros, o general De Gaulle não deixou.

Lenha

Por incrível que pareça a alta do gás, apesar dos estímulos governistas, está levando muitos consumidores ao passado da energia à lenha. Não é ainda suficiente para criar alertas como os da Amazônia.

Impostos

A volta de impostos federais sobre combustíveis é um dos aspectos mais penosos no orçamento doméstico. A alta botou o Procon de alerta no combate a abusos.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da FOLHA