Conversar com gente que entende do assunto é sempre bom. Quando se trata de inovação, ainda melhor. Tive uma oportunidade muito boa recentemente quando entrevistei o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani. Um homem que vive a inovação há décadas, muito antes de ser uma “moda”.

Imagem ilustrativa da imagem Novos desafios para uma Londrina inovadora
| Foto: Assessoria Codel

Um aspecto que sempre me chamou a atenção em relação ao trabalho do Alex, é a preocupação dele em fomentar a inovação a partir do trabalho acadêmico. Desde o esforço dele, enquanto deputado federal em parceria com outras lideranças, em criar a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com a formação de campi em cidades como Londrina, até a preocupação do presidente da Codel em promover novos cursos, instituições e formar novos profissionais.

Sempre defendi, como docente, pesquisador, e empreendedor, que não há ideias inovadoras sem ciência, a qual produz tecnologia. Como poucas grandes companhias dispõem de Departamentos de Pesquisa & Desenvolvimento, quem faz ciência neste país são, basicamente, as universidades e centros de pesquisa públicos. Sem contar que são as universidades que formam boa parte dos

profissionais. Assim, a preocupação do Alex em atrelar a academia à inovação vem ao encontro dos mais sofisticados métodos de fomento à inovação desde o final do século XX.

“Precisamos formar mais profissionais em Londrina”, disse ele em tom de preocupação para mim. Ele me relatava que acabara de receber um diretor de uma grande firma do setor de Tecnologia da Informação pouco antes de mim. O diretor foi pedir apoio para dar conta da elevada demanda por novas contratações. Além desse aspecto, conversamos sobre outras questões que se colocam atualmente: o aspecto legal e a inovação social.

No que diz respeito ao arcabouço legal municipal, Alex me assegurou que está sendo feita uma ampla reformulação, com elevada participação da sociedade, das leis municipais de fomento, tanto a lei municipal de inovação, quanto o ISS Tecnológico. Tais atualizações e mudanças certamente trarão um novo impulso, mas como sempre digo, leis são importantes, mas não mudam a realidade porque a inovação é cultural, logo, fruto da interação social entre as pessoas.

Também por esse aspecto, perguntei ao Alex quais os projetos no campo da inovação social, no qual ainda estamos dando os primeiros passos em Londrina, no Paraná e no Brasil. Ele disse que está realizando cursos e outras atividades de formação com o apoio do Sebrae, o que é super relevante. Ainda sinto falta, disse a ele, de um maior engajamento nos bairros e comunidades para ajudar micro e pequenos empreendedores. Fazer chegar a inovação na ponta, como costumo dizer, inclusive com o apoio das universidades. Estou trabalhando nisso há algum tempo. Quem sabe em breve terei novidades? ;)

*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP). Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups. @professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)

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