Existem alguns mitos no universo da inovação. Um deles é que os jovens têm as melhores ideias. Não é bem assim. O que é inegável é a vontade deles de mudar.

Nem sempre, porém, a mudança acontece da forma como imaginou-se. Enquanto a maioria se frustra e deixa de tentar mudar, outros perseguem seus objetivos.

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. | Foto: Bruna Barroca/ IPPLAM

Conversei com duas pessoas que desde a formatura buscam o novo e a mudança. Carlos Diego Pedroso é engenheiro civil. Atualmente é superintendente de negócios em gás natural, biomassa e inovação da Copel. Bruna Barroca é arquiteta e urbanista. Hoje é presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (IPPLAM).

Em comum eles foram alunos do curso de especialização em Gestão de Ambientes Promotores de Inovação (GAPI), que faz parte do Programa de Residência Técnica (Restec). Promovido pelo Sistema Estadual de Parques Tecnológicos (Separtec), o Restec é uma tentativa do poder público de aproximar empresas, universidades e governo.

Diego foi um dos primeiros alunos do Restec. Assim que terminou a pós, foi trabalhar em Campo Mourão na realização de obras públicas. Consigo carregou vivência e conhecimento prático que o ajudaram a ser aprovado em concurso da Copel, onde hoje é responsável, dentre outros, em criar conexões com startups que desenvolvem soluções para firmas como a empresa paranaense de energia.

Bruna foi aprovada na seleção para o Restec há 10 anos. Durante o período que atuou como bolsista, trabalhou na Prefeitura do Campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Agora é presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (IPPLAM). Com pouco mais de 30 anos, já foi a secretária mais jovem da Cidade Canção. A experiência do Restec foi tão marcante na vida dela que a presidente do IPPLAM já entrou em contato com as lideranças do Programa para realizá-lo em Maringá por meio de parcerias com o poder público local.

Quando conversei com ambos, senti um entusiasmo e uma vontade de mudar típicos de pessoas que foram tocadas pela inovação. Assim como aconteceu comigo, eles incorporaram a mudança como um modus operandi.

Este novo mindset pode ser observado em projetos como Maringá Ao Pé do Ouvido, idealizado e realizado pela Prefeitura de Maringá e a UEM. O primeiro projeto é Vivendo Maringá, programas curtos que funcionam como visitas autoguiadas pelos principais pontos turísticos da cidade. O podcast traz informações do local visitado, como aspectos históricos e culturais.

“O Restec me ajudou a entender melhor as relações entre as entidades públicas, as empresas e as pessoas”, disse Bruna. Hoje, como presidente do IPPLAM, ela se diz sempre interessada em criar conexões que tragam sinergia para a cidade.

Se você é egresso, não deixe escapar a oportunidade de participar do GAPI-Restec. Ele pode mudar sua vida para sempre, como aconteceu com a Bruna e o Diego.

Aliás, as inscrições para a próxima turma da especialização foram prorrogadas para 10 de Janeiro de 2022. Elas podem ser feitas pelo site da Unicentro

*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadlual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.