Internacionalizar significa levar produtos ou serviços inovadores de uma firma para fora do país de origem. Este é o sonho de muitas startups e empreendedores pelo mundo, mas poucos são aqueles que atingem esse objetivo.

A Fitovisio de Londrina já começou esse processo há quase um ano, quando iniciou testes na Itália, Argentina e Paraguai. A proposta de valor da startup é gerenciar e automatizar dados de experimentos em campo, os quais são usados para registro de novos defensivos agrícolas, por exemplo.

Focada em atender empresas, cooperativas, universidades e outras organizações do setor agrícola, a Fitovisio tem no software Syslaudo seu carro-chefe, criado há quatro anos e responsável em boa parte pelos bons resultados já alcançados. A startup atingiu o Break Even Point, isto é, equilibrou receitas e despesas, em 2017, já tem quatro funcionários dedicados exclusivamente à empresa e reforçou a gestão com novos sócios.

A última a se integrar à equipe foi Sheila Valêncio (foto), com graduação, mestrado e doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). O time de sócios, aliás, conta com mais um doutor em Agronomia, dois profissionais de Tecnologia da Informação e da Comunicação (T.I.C) e o professor Marcelo Canteri da UEL como mentor.

Imagem ilustrativa da imagem Internacionalização de startups: o caso Fitovisio
| Foto: Divulgação

Com tantos bons profissionais envolvidos no desenvolvimento de inovação para o campo, não é de se estranhar a internacionalização da Fitovisio em tão pouco tempo. A startup ainda aguarda os resultados dos testes realizados para fora do Brasil para consolidar a presença em terras estrangeiras. Enquanto isso, investe em inovação. Dentre as frentes de trabalho estão a criação de novos programas de computador para avaliação automatizada por drones.

O século XXI trouxe desafios enormes para organizações e pessoas. Na atividade agrícola, não basta produzir muito, é preciso ser eficiente. Da mesma forma, não é adequado ser eficiente sem respeitar o meio ambiente e as pessoas. Como se isso não fosse suficiente, ainda é preciso lidar com outros problemas em nível micro e macro, como falta de mão de obra capacitada, sucessão familiar, pandemias, planos econômicos ruins, escassez hídrica...

Para lidar bem com tudo isso e ainda desenvolver inovação só mesmo empresas com mentes muito capacitadas. Exclusividade de pessoas com título de doutorado? Não! Diplomas não asseguram certas capacidades e competências, mas cientistas trabalhando em conjunto com outros bons profissionais podem produzir tecnologias que mudem o mundo. Olhe o exemplo das vacinas para Covid. As que existem, assim como aquelas em desenvolvimento, foram criadas por cientistas que trabalham em empresas privadas e realizam parcerias com universidades. No caso do Brasil, basicamente instituições públicas.

A Fitovisio está incubada na UEL, onde tem acesso a pessoas e informações que são fundamentais para o desenvolvimento da empresa, como a tão desejada internacionalização. Que ela venha o quanto antes e junto com ela novas tecnologias para a agricultura do futuro ;)

*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina