Inovação e extensão rural: comunicação a serviço do campo
Dois grandes profissionais destacaram o quanto a comunicação é um fator crucial para o sucesso da atividade produtiva agrícola
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Dois grandes profissionais destacaram o quanto a comunicação é um fator crucial para o sucesso da atividade produtiva agrícola
Lucas V. de Araújo
Todas as vezes que digo às pessoas que dou aulas para os cursos de ciências agrárias da Universidade Estadual de Londrina (UEL) preciso explicar como isso é possível. Para quem tem um certo conhecimento do campo agropecuário, digo que dou aulas de extensão rural e ensino os alunos a fazerem difusão e transferência de tecnologia. Para quem não tem, digo que tenho a função de ajudar o profissional de ciências agrárias a levar informações úteis e relevantes ao produtor rural.
Não me abala esse estranhamento das pessoas. Temos uma tendência de ver o conhecimento de forma muito fragmentada e fechada em “caixinhas”, como se o profissional de ciências exatas não precisasse de conhecimentos da área de biológicas e este não pudesse contribuir com a área de humanas. Vivi esse problema no doutorado, no pós-doutorado e continuo passando por dificuldades quando digo, por exemplo, que sou jornalista especialista em inovação. Na universidade mesmo, o senso comum acredita que inovação é assunto apenas da área de gestão e negócios.
Tive a satisfação de receber dois grandes profissionais do campo agrícola em minha aula de Extensão Rural: o engenheiro agrônomo egresso da UEL João Passini e o diretor de Integração, doutor pela UEL, Rafael Fuentes, ambos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR Paraná IAPAR/EMATER. Além de tratar de inovação, desenvolvimento rural, desafios do setor agrícola, eles destacaram o quanto a comunicação é um fator crucial para o sucesso da atividade produtiva agrícola, desde o produtor rural, passando pelos técnicos do setor e chegando na agroindústria e no consumidor final.
Eles apresentaram números significativos da amplitude do trabalho do IDR Paraná: 30 mil unidades produtoras atendidas, principalmente pequenas e médias; 120 mil pessoas impactadas por alguma das inúmeras atividades de extensão rural, como os mais de 600 eventos realizados por ano em todo o Paraná; dezenas de programas técnicos que atendem os mais variados setores da atividade agropecuária; desenvolvimento de políticas públicas e sociais visando o atendimento integral das demandas do homem do campo. Isso tudo somado à necessidade de se adaptar às novas tecnologias do campo e da comunicação. “Nós, colaboradores do IDR Paraná, somos agentes de transferência de tecnologia, que levamos informação e conhecimento para o homem do campo”, definiu Fuentes.
Como salientou Passini, o IDR Paraná busca a mudança, a inovação e, para isso, utiliza a informação e o conhecimento gerado por seu corpo técnico para ajudar o produtor rural e o setor industrial a buscar soluções sustentáveis para os problemas do campo, uma tarefa nada simples pela dimensão da atividade agropecuária paranaense. “Toda mudança de comportamento é uma questão cultural, que requer um esforço grande de quem busca a mudança”, sentenciou Passini.
Fico feliz de trazer esse espaço de discussão e análise para meus alunos de agronomia e zootecnia que muito em breve estarão no mercado de trabalho tendo como uma de suas principais missões levar informação e conhecimento ao produtor ;)
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