A inovação é um dos setores da economia que mais cresceu em 2021. As startups brasileiras receberam um total de US$ 9,4 bilhões em investimentos no ano passado. O número é 2,5 vezes maior que o investido em 2020. Números impressionantes para um setor que não sabe o que é crise, nem pandemia.

O cenário contrasta com um Brasil de números preocupantes. 14 milhões de brasileiros estão desempregados, a informalidade aumenta a cada dia, inflação de dois dígitos, juros em patamares elevadíssimos, fome.

Não irei tratar do porquê isso ocorre, mas como a inovação pode ser um meio de mudança. O exemplo que trago é da Aceleradora Lellolab, que desenvolve soluções para melhorar a experiência de viver em condomínios. Com isso, a Lellolab busca impactar a cidade trazendo mais qualidade de vida. Como? Com propostas simples, mas concretas. Um bom exemplo é a startup Coletando, que fornece cashback para quem realiza coleta seletiva, preferencialmente em comunidades periféricas. Outra iniciativa bem interessante é a Du Local. O aplicativo da empresa vende refeições orgânicas com produtos feitos por pequenos agricultores da região, preparadas por cozinheiras que trabalham muitas vezes em casa, para consumidores que valorizam produtos frescos, saudáveis e feitos por pessoas que ele conhece.

Para quem acredita que inovações, como as apoiadas pela Lellolab, continuam sendo coisa de gente abastada, basta verificar a quantidade de pessoas de comunidades menos favorecidas que trabalham neste tipo de iniciativa. Sem dúvida, muitos dos trabalhadores que estão desempregados ou vivendo na informalidade não teriam condições de desenvolver inovação nos moldes apresentados. Falta tempo, condições de se dedicar a uma nova ideia, equipe multidisciplinar, mentores, financiamento, e até desconhecimento de que isso existe.

Daí a razão pela qual a inovação para as classes mais humildes é a mais negligenciada em todo o Brasil e o mundo. A chamada inovação social é fundamental, sobretudo em países desiguais como o nosso, mas ela é diferente da inovação tradicional, feitas por startups de pessoas bem-nascidas, com formação educacional sólida e com muito dinheiro à disposição, como vimos no começo deste texto.

Aceleradoras como a Lellolab ainda são escassas face às dimensões do Brasil e à carência de grande parcela da população por emprego, renda e melhores condições de vida. Na região de Londrina, e no Paraná não é diferente, não existem aceleradoras dedicadas exclusivamente à inovação social.

Se você tem uma proposta inovadora preocupada em melhorar a vida em comum nas grandes cidades pode se inscrever no programa da Lellolab. As selecionadas irão desenvolver seus projetos em São Paulo, capital. As inscrições estão abertas o próximo dia 18 de fevereiro por meio do link.

E para Londrina e região, nada? Pergunta meu ávido leitor. Fique tranquilo, voltarei a tratar de inovação social em breve e, certamente, com boas notícias.)

Equipe da Lellolab
Equipe da Lellolab | Foto: Lellolab/ Divulgação

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*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

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