Que o crédito é um elemento indispensável na equação que leva à inovação não resta dúvida. Importante salientar, porém, que é preciso saber onde e como aplicar esses recursos. Quando o dinheiro é bem aplicado ele não só gera mais riquezas, como também pode ser útil na preservação ambiental e na busca por uma sociedade mais justa.

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. | Foto: Geraldo Bubniak

A Cresol e a agência paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) deram um importante passo nessa direção recentemente. As instituições assinaram contrato de financiamento no valor de R$ 120 milhões, o maior dentre as demais cooperativas e empresas do Paraná. O destino do montante deve ser usado para financiamento de obras, máquinas e equipamentos, além de formar o capital de giro de muitos empreendimentos.

Dentre os diversos negócios que devem ser beneficiados com o crédito, estão pequenos comércios, como panificadoras e marcenarias, além de prestadores de serviço, como salões de beleza e oficinas mecânicas. Essas empresas exercem um papel fundamental na economia brasileira e regional enorme por duas razões. Primeiro porque ajudam as pequenas e médias empresas que são os principais empregadores do país. Com o desemprego em níveis elevados, essas pequenas firmas empregam muitos homens e mulheres que vão levar o sustento para casa. Segundo porque elas atuam na base da economia, muitas vezes em pequenas cidades, nas quais as grandes empresas privadas nem sempre chegam.

Nesses negócios de menor porte a inovação nem sempre ocorre como os livros apregoam. Geralmente o empreendedor inova de forma espontânea, tentando sobreviver frente aos percalços ao cotidiano. Isto ocorre sobretudo no setor de serviços, o mais importante da economia brasileira e também o que mais exige do gestor, sempre preocupado em buscar seu espaço. As inovações geradas na necessidade nem sempre são as mais eficazes ou as que mais trazem os melhores resultados econômicos, mas são aquelas que mantém famílias e vidas.

Os recursos também devem ser usados em projetos mais sustentáveis, como geração de energias limpas. Como toda inovação recente, as tecnologias usadas nestes projetos costumam ser mais caras, o que muitas vezes inibe o crescimento. Com novas linhas de crédito, o consumidor de energia poderá se tornar gerador também, auxiliando o meio ambiente, reduzindo seus custos e ajudando o país a desenvolver novas matrizes energéticas.

Cálculos da Cresol estimam que mil clientes, notadamente micro e pequenas empresas, devem ter acesso ao crédito. São mil famílias paranaenses com condições de reinvestir na economia e fazer a economia girar. Aspectos importantíssimos para uma economia que precisa de investimentos e para famílias que estão precisando de oportunidades de trabalho.

Fechamos hoje o ano de 2021 com uma mensagem de esperança de um Ano Novo de muitas realizações e inovações em 2022.

Obrigado a você, leitor, pela companhia. Meu abraço e minha estima a todos vocês.

Nossa coluna entra em férias e retorna em janeiro com novidades e energia positivas

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*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.

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A opinião do colunista não é, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina

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