O empreendedorismo exige que as características e peculiaridades de cada setor, região e perfil sejam respeitadas para obterem êxito.

Já dei diversos exemplos aqui nesta coluna. Um deles foi da Associação das Mulheres Cafeicultoras do Norte Pioneiro do Paraná (Amucafé). A proposta só deu certo depois que as mulheres tomaram a frente. Dias atrás falei que as mulheres também são maioria entre as empreendedoras do Empreende Mais, Programa de fomento a micro e pequenos negócios do estado.

Hoje venho falar de outro bom exemplo. A Cresol está ampliando as linhas de crédito exclusivas para as mulheres, que ano a ano ampliam sua participação na carteira de clientes da cooperativa. De 2020 para 2021 o aumento foi de 49%, com aproximadamente RS 2,7 bilhões em movimentação financeira.

São vários os setores onde elas empreendem e tem dominado, mas para que os projetos saiam do papel, muitas vezes o que falta é justamente a oportunidade. Este é um dos papeis das instituições financeiras. No caso da Cresol, que possui uma extensa gama de produtos e serviços, há linhas de crédito especificas para elas.

Dentre as muitas empreendedoras de sucesso apoiadas pela Cresol está Lauren Pettenon, de Praia Grande, Santa Catarina. Em parceria com o marido, Lauren produz geleias, biscoitos, broas, cupcakes e patês, a chamada “comida de pastoreio” ou grazing food em inglês. O termo pastoreio refere-se ao ato de ser um tipo de comida para “beliscar” em um piquenique, festas, café da manhã ou até mesmo como opção de presente.

Engana-se quem acredita que empreendedores como Lauren não precisam de um suporte personalizado ou que isso seria “dispensável”. Primeiro, quem trabalha com produtos comestíveis, sobretudo aqueles que não passam por nenhum processo de industrialização ou são naturais, está sujeito a uma série de intercorrências, como problemas climáticos, que podem afetar totalmente a produção. Imagine, por exemplo, uma chuva de grandes proporções o que pode fazer com a produção de frutas para geleia. Ou ainda os problemas para produzir biscoitos de qualidade com trigo afetado por doenças durante o plantio.

Segundo, fatores macroeconômicos, como a dificuldade de obter mão de obra para colheita de frutas. Terceiro, questões familiares, como um acidente de trabalho que impossibilite a pessoa de realizar determinada tarefa. Quarto, uma empreendedora que precisa cuidar do filho e não consegue trabalhar na empresa.

O empreendedor, quando está no começo, precisa de um suporte, um cuidado especial para obter êxito. A confiança que a Cresol deposita neles, como nas linhas de crédito dirigidas às mulheres, mostra a crença da cooperativa nestas pessoas que colocam tudo em risco para vencerem na vida e levarem o sustento para a família.

Boa sorte para nossos empreendedores e empreendedoras. Vocês merecem nosso respeito e admiração.

Também aproveito para desejar um ótimo Natal de muitas luz para meus estimados leitores).

*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

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