Em todo o mundo, as melhores universidades têm uma participação ativa de egressos, isto é, aqueles que já passaram por seus bancos escolares e atualmente são profissionais nos mais variados segmentos.

Imagem ilustrativa da imagem Alumni trabalhando pelo bem da UEL e da sociedade
| Foto: Gilberto Martin

Tive a oportunidade de conversar com Gilberto Martin, presidente da Alumni da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Segundo o site da entidade: “um dos principais objetivos da Alumni – que em latim significa ‘ex-alunos’ - é a defesa da UEL como uma universidade pública gratuita, plural, democrática, autônoma e inclusiva.”. Gerida e formada por conselhos, a entidade agrega profissionais das mais variadas áreas do conhecimento.

Fiz questão de colocar os propósitos da entidade porque eles espelham o quanto os ex-alunos da Universidade podem contribuir no fomento ao assunto primordial dessa coluna: a inovação. A impressão que alguns podem ter é de que quem passou pela universidade não se preocupa mais com quem está lá trabalhando ou estudando. Tampouco que os egressos possam contribuir com a importante missão de desenvolver propostas inovadoras. Isso é um grande engano.

Eu poderia pontuar muitas razões pelas quais entidades como a Alumni são importantes, porém vou me ater a apenas uma delas: a criação de fundos patrimoniais. Muito comuns no exterior, sobretudo em universidades norte-americanas, e em fase de crescimento no Brasil, notadamente no Sul e Sudeste, os fundos exercem papel fundamental. Dentre as ações mais importantes estão o financiamento de propostas inovadoras. Assim como existem fundos de capital privado que investem em startups e projetos com potencial de desenvolvimento de inovação, a ideia é que os egressos apoiem professores e estudantes com novas ideias.

Nos Estados Unidos esse modelo é usado há séculos para custear o próprio funcionamento de algumas Universidades. No Brasil o regramento jurídico é de 2019, mas antes disso já haviam sido formados fundos com propostas distintas das norte-americanas. Na Unicamp, por exemplo, há dois fundos: Lumina e Patronos. Ambos dedicados ao fomento da ciência e tecnologia. As instituições de ensino superior paulistas, precursoras na criação de fundos patrimoniais, ampliaram a iniciativa para setores específicos dentro das instituições. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) têm dois fundos. Em todos os casos, egressos realizam doações voluntárias em dinheiro para serem aplicados dentro das universidades em bolsas, atividades científicas e até mesmo para ajudar pessoas com dificuldades econômicas para se manter estudando. Já outros investem em empresas inovadoras promissoras.

Aqui no Paraná os fundos estão em estágio de desenvolvimento. Na Alumni, precursora no estado, a proposta está sendo debatida internamente, não só com membros da entidade como também docentes da UEL. Torcemos para que em breve possamos trazer boas notícias desse movimento, inclusive para investimento em um setor importantíssimo: a Inovação Social ;)

*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina